Catadores protestam em frente à Prefeitura
Paula Vigneron 08/01/2018 15:08 - Atualizado em 09/01/2018 13:43
Catadores de materiais recicláveis, que fazem parte da Cooperativa Renascer, se reuniram em frente à Prefeitura de Campos, entre a manhã e tarde desta segunda-feira (8), após a suspensão do transporte que levava os trabalhadores, moradores de Guarus, para a sede da cooperativa, no distrito de Santo Amaro. Vans também eram utilizadas para transportá-los até a praia de Farol de São Thomé, onde trabalham desde a semana passada devido ao período do verão.
Protesto de catadores
Protesto de catadores / Paulo Pinheiro
Presidente da Cooperativa Renascer, Mônica Leite Gomes contou que o transporte era oferecido aos catadores há cerca de oito meses. Os trabalhadores residem no bairro Codin, em Guarus, e não têm condições de arcar com despesas de passagens.
— A gente estava sabendo que a van ia parar desde quarta-feira. Falaram que o último dia seria sexta-feira. E, desde quarta, estamos tentando entrar em contato com o pessoal da Prefeitura e ninguém responde. Estou aqui com metade do grupo. A outra metade, eu não consegui trazer por falta de dinheiro. São 20 pessoas na cooperativa. A resposta que a vice-prefeita (Conceição Sant'Anna) me passou foi a seguinte: a Prefeitura não tem obrigação de arcar com o transporte — explicou Mônica.
Segundo a presidente, a Cooperativa Renascer, que é a quarta de Campos, foi fruto de uma negociação com a gestão da ex-prefeita Rosinha Garotinho. Na época, ficou decidido que a sede seria em Santo Amaro porque havia um galpão disponível no distrito. Os cooperados já haviam pedido a transferência de Santo Amaro para Guarus, mas, como não havia um prazo definido, a Prefeitura optou por oferecer o transporte gratuito até o distrito e, mais recentemente, até a praia campista.
— Eu falei com a vice-prefeita que o que ficou acordado com a juíza do Trabalho foi: enquanto vocês não trouxerem a gente para cá, a gente teria o transporte. Enquanto não conseguissem um galpão. Eu disse a ela que só estou aqui porque um secretário, no dia 21 de junho de 2017, me garantiu que a gente teria o transporte, por tempo indeterminado, até que achassem um galpão.
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A sede da Renascer funciona há 11 meses em Santo Amaro. Desde então, os cooperados receberam apoio da Universidade Federal Fluminense (UFF), com um ônibus, por um mês. Depois, eles pagaram passagens por cinco meses, sendo que o valor recebido por cada catador é R$ 250. Com a falta de recursos, os trabalhadores precisaram paralisar as atividades e entraram em contato com o poder público, que garantiu o transporte:
— Estou apenas cobrando que eles cumpram com a palavra. A gente não tem condições de arcar com o transporte recebendo R$ 250 por mês. A vice-prefeita me falou que conversou com o secretário, que está no Rio, e que é para eu ir, amanhã (terça-feira), à secretaria de Limpeza Pública para eles darem uma posição. Não é certo ainda que eles vão retornar com a van.
Em nota, a Prefeitura de Campos informou que "vem atuando em conjunto com Ministério Público do Trabalho e de forma responsável com os cooperados no intuito de auxiliá-los, inclusive na busca de parcerias para que possam ter ainda melhores condições de trabalho. Mesmo que a Prefeitura de Campos não seja responsável pelo transporte dos trabalhadores até o distrito de Santo Amaro, vêm buscando, através de parceiros, a disponibilidade de veículos para o transporte".
Já a secretaria de Desenvolvimento Ambiental disse que "todas as ações acordadas em ata, entre a Prefeitura e os cooperados, estão sendo cumpridas por parte do Governo. E, mesmo não sendo de obrigatoriedade do governo o transporte dos cooperados, a Prefeitura tem buscado realizá-lo para contribuir ainda mais com os trabalhadores".

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