Seap fala em suspeita de violação do monitoramento eletrônico depois cita "falha"
Suzy Monteiro 22/09/2017 00:48 - Atualizado em 22/09/2017 16:26
Casa de Garotinho, na Lapa
Casa de Garotinho, na Lapa / Antônio Leudo
O clima na casa da Lapa, onde o ex-secretário de Governo Anthony Garotinho (PR) cumpre prisão domiciliar, passou, nessa quinta-feira (21), de esperançoso pela manhã, com a expectativa de julgamento do habeas corpus (HC) que tramita no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), para dramático à tarde, depois da suspeita de violação do monitoramento eletrônico do réu, condenado a nove anos e 11 meses no caso Chequinho. A informação sobre a possível violação foi passada pela secretaria de Estado de Administração penitenciária (Seap) ao Juízo da 100ª Zona Eleitoral, que comunicou ao TSE. Porém, no final da tarde, a Seap recuou e afirmou à imprensa ter havido falha no sistema de GPS da tornozeleira eletrônica. Segundo informações extraoficiais, até a noite a Seap não teria se retratado junto ao Juízo sobre o erro de informação. Questionada pela Folha da Manhã, a secretaria não respondeu.
Logo pela manhã havia a possibilidade de que o ministro-relator Tarcísio Vieira de Carvalho Neto analisasse, de forma monocrática, o pedido da defesa, que pede a libertação de Garotinho.
Porém, no início da tarde, o Juízo da 100ª ZE encaminhou ao ministro relatório do Sistema de Acompanhamento de Custódia 24 Horas da Seap. O relatório aponta suspeita de violação do monitoramento eletrônico de Anthony Garotinho, no último dia 16.
Diz o documento: “Sirvo-me do presente para encaminhar relatório, em anexo, gerado pelo sistema de monitoração eletrônica (SAC24), onde consta violação de área no dia 16 set 2017 do monitorado Anthony William Garotinho Matheus de Oliveira”. Ainda segundo o documento, a esposa, a ex-prefeita Rosinha, foi procurada pela Seap e disse que a tornozeleira estava funcionando sem problemas.
Diante da suspeita, o juiz Ralph Manhães determinou à Polícia Federal que investigasse o caso. Já o ministro, que já havia dado prazo de 24 horas para que o Ministério Público se manifestasse no caso, concedeu, também, 24 horas para a defesa se manifestar.
À imprensa a defesa afirmou, em nota: “O advogado Carlos Azeredo informa que a Polícia Federal comprovou, em inspeção na última terça-feira, que a tornozeleira eletrônica apita em determinados locais da casa do ex-governador Anthony Garotinho, devido às grandes dimensões da residência.
Esse problema, que afeta também o funcionamento dos celulares, já tinha sido avisado à Seap pela própria ex-governadora Rosinha Garotinho anteriormente. Azeredo reafirma que Garotinho está cumprindo rigorosamente todas as medidas cautelares a ele impostas. O advogado acredita ainda que esse relatório da Seap seja uma forma de mascarar a condenação de Sérgio Cabral, a quem o atual governo é ligado”.
Também durante a tarde, a ex-prefeita gravou, na casa de uma vizinha, um vídeo, negando que o marido tenha saído de casa. Aparentando bastante nervosismo, diante da possibilidade de ele passar para um regime fechado, ela classificou de perseguição por isso acontecer no dia em que o ministro iria decidir pelo HC.
A calma na Lapa só voltou depois que a Seap divulgou nota. “O setor de monitoramento de tornozeleiras da Secretaria de Estado de Administração Penitenciária informa que houve uma falha técnica no GPS que monitora o equipamento eletrônico dos internos. Não houve, então, uma violação da prisão do ex-governador Anthony Garotinho que se encontra com tornozeleira por determinação judicial”. Não disse, porém, porque o juiz não foi comunicado do caso logo que constatado o erro.

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