Trump diz na ONU que é preciso centrar-se mais nas pessoas e menos na burocracia
18/09/2017 15:53 - Atualizado em 17/10/2017 15:34
Trump
Trump / Divulgação
O presidente americano, Donald Trump, criticou a "burocracia" da Organização das Nações Unidas (ONU) em seu discurso de estreia na organização nesta segunda-feira (18).
"A ONU deve se concentrar mais nas pessoas e menos na burocracia" e buscar "resultados", defendeu Trump, que lidera uma ofensiva para reformar a organização. "A Organização das Nações Unidas foi fundada com metas verdadeiramente nobres", disse.
Mas, "nos últimos anos, não atingiu seu potencial devido à burocracia e à má administração", apontou Trump, que há cerca de um ano chegou a afirmar que a organização funcionava como um "clube para que as pessoas se encontrem, conversem e passem bons momentos".
Redução de recursos
Os Estados Unidos são o principal financiador dessa organização criada no final da Segunda Guerra Mundial, mas Trump ameaça reduzir drasticamente esses fundos. Hoje, os EUA contribuem com 28,5% do orçamento das operações de paz, de US$ 7,3 bilhões, e com 22% dos US$ 5,4 bilhões do orçamento que mantém a ONU funcionando.
Para o secretário-geral da ONU, o português Antonio Guterres, a medida criaria "um problema insolúvel" para a instituição.
Segundo alguns diplomatas, por exemplo, uma redução pela metade do orçamento do Alto Comissariado da ONU para os Refugiados (Acnur), que depende em 40% da contribuição americana, ficaria inoperante.
"Nenhum Estado-membro deveria ser sobrecarregado desproporcionalmente com responsabilidade – militar ou financeira", alegou Trump, sentado entre Guterres e a embaixadora americana na Casa, Nikki Haley.
Haley foi uma das principais responsáveis pelo corte de 600 milhões de dólares no orçamento das missões de paz da ONU este ano.
Na sexta-feira, a embaixadora americana destacou que 126 países apoiam a declaração apresentada pelos Estados Unidos em defesa de uma reforma da ONU.
Hoje, pouco antes da fala de Trump, Nikki convocou os demais 67 a fazerem o mesmo, enquanto Guterres destacou que a ONU já trabalha em uma agenda de reformas "amplas e audaciosas", prometendo "fazer mais pelos povos e menos em termos de procedimento".
França e Rússia reagiram friamente à iniciativa dos Estados Unidos, preocupados com o fato de a primeira potência mundial se concentrar mais em reduzir o orçamento do que em melhorar a eficiência da ONU.
Fonte: Agência Brasil

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