"A Bela da Tarde" no Cineclube Goitacá
Jhonattan Reis 12/09/2017 17:02 - Atualizado em 18/09/2017 15:07
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Cena de ENTITY_quot_ENTITYA Bela da TardeENTITY_quot_ENTITY / Divulgação
O drama “A Bela da Tarde” (Belle de Jour, 1967) será exibido, nesta quarta-feira (13) à noite, na tela do Cineclube Goitacá. O longa-metragem, do diretor espanhol Luis Buñuel, será apresentado pela médica Sandra Maria Teixeira dos Santos. A sessão tem entrada gratuita e acontece a partir das 19h, na sala 507 do edifício Medical Center, localizado à esquina da rua Conselheiro Otaviano com a rua Treze de Maio, no Centro de Campos.
Na trama, Séverine (Catherine Deneuve) é uma jovem rica e bonita, porém infeliz. Ela ama seu marido (Jean Sorel), um médico, mas eles não são tão íntimos quanto ela deseja. Ela procura um discreto bordel, comandado pela Madame Anais (Geniviève Page), para realizar suas fantasias eróticas e conseguir o prazer que seu marido não consegue lhe dar. Ela trabalha como prostituta à tarde e à noite retoma a vida de casada.
Sandra contou que esta será uma “sessão nostalgia” para ela.
— Pelo seguinte motivo: quando vi este filme pela primeira vez, eu tinha 18 anos, na época áurea desses estilos de filme. Surgiram várias obras nessa época, de vários diretores, como Buñuel, Jean-Luc Godard e Ingmar Bergman. Eram filmes muito diferentes dos que nós estávamos acostumados a ver — disse ela, continuando:
— Outra coisa nostálgica é que nessa época eu tinha um grupo de amigos que gostava muito de cinema. A gente tinha o costume de assistir a vários filmes e depois se reunir nos bares para debater sobre eles. E um debate pós-filme é justamente o que vamos fazer nesta quarta no Cineclube. Quem for assistir vai se deliciar.
Da obra, a apresentadora da noite destacou direção, fotografia, figurino e atuação de Catherine Deneuve.
— Os figurinos são muito bem feitos, assim como a fotografia, que é lindíssima. Gosto muito, também, do trabalho da Catherine nesse filme. É uma mulher muito bonita e elegante, que está atuando muito bem em “Belle de Jour” e que foi lançada internacionalmente com este longa — falou.
— Além disso, gosto muito da direção de Luis Buñuel, que é perfeita do começo ao fim. É um filme clássico do surrealismo. Luis se classifica pelo surrealismo, pelas coisas surreais, não naturais. Ele mistura muitos sonhos. E essa personagem era uma mulher casada, tinha tudo para ter um casamento certo, mas ela vivia insatisfeita. Depois que ela conhece um prostíbulo, ela vai até ele e se prostitui não por causa de dinheiro, mas pela vontade de ter emoções diferentes.
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Cena de ENTITY_quot_ENTITYA Bela da TardeENTITY_quot_ENTITY / Divulgação
Sandra Maria ainda lembrou que “A Bela da Tarde” é uma obra premiada.
— Foi vencedora do prêmio Leão de Ouro, no Festival de Veneza, em 1967. E é um filme que, apesar de já ter 50 anos, é bem atual. É como uma Mona Lisa, de Leonardo da Vinci, vai continuar bela durante a vida toda. Esta obra, que foi baseada num livro homônimo, de Joseph Kessel, é uma grande crítica aos costumes, o que é uma forte tendência deste diretor — acrescentou Sandra.
Sobre a história do filme, Sandra opinou: “Acredito que essa questão sexual da personagem tenha vindo por causa de uma situação ocorrida na infância. No filme, há duas cenas sobre a infância dela que dão a entender que ela teria sofrido um abuso sexual quando criança. Então, toda essa situação pode ter sido gerada por um trauma. Essa é minha visão. E interessante é que na época em que o filme foi lançado não se tocava nesse assunto”, concluiu.

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