Prisão repercute entre políticos
Aluysio Abreu Barbosa e Suzy Monteiro 16/09/2017 21:26 - Atualizado em 19/09/2017 14:30
Na última quarta-feira(13), o ex-governador Anthony Garotinho (PR) foi preso pela Polícia Federal (PF), quando apresentava seu programa na rádio Tupi, no Rio de Janeiro. Transferido para Campos, passou rapidamente pelo Instituto Médico Legal (IML) para exame de corpo de delito, depois foi levado para a Delegacia da Polícia Federal. Lá, foi colocado o equipamento de monitoramento eletrônico e levado para a casa no bairro da Lapa, para cumprir prisão domiciliar.
Na casa, podem ficar esposa, filhos, netos e a mãe de Garotinho, dona Samira. Embora o ex-governador não possa utilizar celular ou qualquer outro aparelho eletrônico, o uso é liberado aos outros integrantes da casa.
Desde a prisão, alguns apoiadores têm ido à frente da casa, prestar solidariedade. A ex-prefeita Rosinha também condenada na Chequinho, mas na área eleitoral, tem feito acusações a autoridades, afirmando que o marido é vítima de perseguição por denunciar “poderosos”.
A defesa tenta no Tribunal Regional Eleitoral (TRE) e Superior Eleitoral (TSE) reverter a prisão, mas ainda sem sucesso. No TRE, a relatora Cristina Feijó, ao analisar um Habeas corpus (HC) preventivo, deixou para a decisão para o plenário do órgão. Em Brasília, o ministro Tarcísio Vieira, não analisou Reclamação apresentada.
Políticos de Campos comentam, em depoimentos ao lado, a prisão e seus desdobramentos. 
Rodrigo Silveira
“Infelizmente, Campos está mais uma vez nas páginas policiais. E isso ocorre por conta da ganância de quem nunca respeitou nossa cidade.Anthony Garotinho começa a pagar pela sua sede de poder, mas é bom lembrar que o povo de Campos também está pagando a conta da irresponsabilidade. O prejuízo, só neste caso, foi de R$ 11 milhões, segundo a sentença”. Rafael Diniz (PPS), prefeito
Paulo Feijó
Paulo Feijó
“Lamento muito a situação que Garotinho vive nesse momento da sua vida. Ainda cabe recursos e ele terá todo direito de defesa. Sou a favor da atuação firme dos órgãos de controle do dinheiro público, mas vale ressaltar a minha preocupação contra o abuso de autoridade em determinadas decisões”. Paulo Feijó (PR), deputado federal
Bruno Dauaire
Bruno Dauaire
“Não concordo com a decretação da prisão domiciliar de Garotinho. Trata-se de decisão de primeiro grau, com réu que já vinha cumprindo todas as medidas cautelares impostas por decisão judicial e que comparecia a todos os atos ao quais era convocado, tendo domicílio fixo e trabalho diário na Tupi. Na minha opinião a sentença é desproporcional à acusação”. Bruno Dauaire (PR), deputado estadual
“Não há o que se discutir, pois toda a decisão judicial deve ser cumprida, conforme determina a nossa legislação. A Constituição brasileira nos assegura, que todos somos iguais perante à Lei e o direito da ampla defesa, assim, penso que o senhor Anthony Garotinho, já está valendo dos meios legais para utilizar essa prerrogativa”. João Peixoto (PSDC), deputado estadual
“É lamentável acompanhar, mais uma vez, o nome de nossa cidade no cenário político nacional de forma tão negativa. Vivemos um momento horrível na política, desgastando ainda mais a confiança da população. Os últimos fatos ocorridos, que levaram à prisão de Garotinho, entristecem nossa cidade e nossa classe política, mas a população deve seguir acreditando em dias melhores”. Gil Vianna (PSB), deputado estadual
“Nesse momento em que estão passando o país, o estado, os municípios e em especial nossa querida Campos, é lamentável que tenhamos que assistir a mais esse episódio. Nenhum de nós deve se regozijar do que estamos vendo. O aprendizado que fica é que nós devemos virar essa página e reencontrar o caminho do desenvolvimento econômico com justiça social” Geraldo Pudim (PMDB), deputado
“A justiça foi feita!!! O senhor Garotinho merece ajustar suas contas com a sociedade pelos crimes praticados sejam na Chequinho, na sua relação com a Odebrecht, com a JBS, por conta da denúncia do contrato com a empresa fantasma das ambulâncias. Poderia elencar mais indícios de crimes praticados por ele contra a ordem pública, mas vou parar por aqui”. Marcão Gomes (Rede), presidente da Câmara
 
“O ditado ‘você colhe o que planta’ foi seguido à risca na prisão deste cidadão, que se considera o paladino da moral, o justiceiro do bem.. Que a justiça seja feita, pois hoje a situação em que nossa cidade se encontra deve-se exclusivamente a ele e a sua sede de poder e hora nenhuma se preocupou com a população, que hoje sofre por seus atos insanos. Fred Machado (PPS), líder do governo na Câmara
Jorginho Virgílio
Jorginho Virgílio
“Acho que o juiz Ralph Manhães, o MP e a Polícia Federal estão agindo dentro da lei. Os crimes apontados são muito grave. E o eleitoral, que causou prejuízo estimado em R$ 11 milhões aos cofres públicos, que só fez agravar a crise financeira de Campos. Fora que o réu Anthony Garotinho, a meu ver, praticou atos procastinatórios para impedir a sentença”. Jorginho Virgílio (PRP), vereador
“Garotinho tem se destacado no cenário nacional por ter sido o primeiro, e por muito tempo, o único, a denunciar a quadrilha comandada por Sérgio Cabral. Isso sem falar, nas provas da Lava Jato. Equiparar as acusações da Lava Jato com as que pesam sobre Garotinho é uma covardia insuperável, que só interessa a quem tem medo das denúncias que ele faz diariamente” Thiago Ferrugem (PR), vereador
“Não há no Brasil uma voz que tenha denunciado tantos corruptos de alto escalão como Garotinho. À Procuradoria Geral da República, ele apresentou denúncia contra mais de 150 políticos, agentes públicos, empresas e juízes que roubaram o Brasil e, sobretudo, o Rio. Não tenho dúvidas que Garotinho sairá ainda mais fortalecido desse processo”. Thiago Virgílio (PTC), vereador
“Lamentavelmente Garotinho optou pelo submundo da política. Compra de votos, aliciamento de eleitores, denúncias de superfaturamento de obras, caixa dois, ofensas gratuitas... E o que chama a atenção é a justificativa, a mesma dos políticos presos nos últimos tempos: ‘perseguição’. Está colhendo tudo de ruim que plantou. Enfim: o ex-rei está nu!” Sérgio Mendes (PPS), ex-prefeito de Campos
“O epílogo da saga político-eleitoral do Garotinho é deprimente. Depois de duas fragorosas derrotas eleitorais, a última e mais humilhante, em sua cidade natal, tenta, como grand finale, convencer que é vítima de uma conspiração do mal, ou melhor, uma constelação do mal. O que não sabe é que seu mais cruel inimigo é ele mesmo”. Fernando Leite, jornalista
 
“Todos sabem das minhas divergências políticas com o ex-governador Anthony Garotinho, as quais mantenho; porém, no exercício da liberdade de expressão , julgo como exageradas e descabidas, antes do trânsito em julgado, as medidas restritivas a ele aplicadas pela sentença de primeiro grau de autoria do Dr. Ralph Manhães. É usual que o réu recorra em liberdade... Roberto Henriques (PSD)
Clarissa Garotinho
Clarissa Garotinho
“Lá atrás, quando o juiz deu a primeira sentença, já foi absurda, porque ele condenou em primeira instância e mandou prender. E o que aconteceu foi aquela prisão tumultuada. Mas quando o processo chegou ao TSE, a prisão foi revogada. Não tem nenhum fato novo para justificar a cautelar. O que o juiz alega é coação de testemunha, o mesmo que antes”. Clarissa Garotinho (PRB) deputada licenciada
Wladimir Garotinho
Wladimir Garotinho
Existe prisão em acusação de crime eleitoral? Ainda mais o crime em questão sendo distribuição de benefício social? Não existe, mais a sentença em Campos contra o Garotinho já era esperada e cantada aos quatro cantos pelos abutres do judiciário campista (...) desde o início tem se afirmado que é Zveiter por trás de toda essa operação midiática chamada de Chequinho”. Wladimir Garotinho (PR)

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