Escândalo da Edafo tem julgamento adiado no TRE
17/05/2017 19:35 - Atualizado em 17/05/2017 19:39
O Tribunal Regional Eleitoral (TRE) adiou o julgamento do caso que ficou conhecido como “escândalo da Edafo”, previsto, conforme a pauta (aqui), para esta quarta-feira (17). Na eleição de 2014, uma apreensão de material de propaganda irregular no galpão da empreiteira, que tinha contratos com a administração municipal de Campos, revelou um suposto esquema de corrupção eleitoral envolvendo “laranjas”, assessores diretos da então prefeita Rosinha Garotinho (PR) e até uso das dependências da Prefeitura para atividades eleitorais do PR — que à época tinha Anthony Garotinho como candidato a governador, posteriormente derrotado no 1º turno.
A operação ocorreu no dia 28 de agosto de 2014, a partir de denúncia que chegou ao Ministério Público Eleitoral (MPE) de que haveria um galpão com propaganda eleitoral irregular de propriedade da Edafo Construções Ltda. De posse de um mandado de busca e apreensão, fiscais do TRE e policiais do Grupo de Apoio aos Promotores (GAP) encontraram no local, no momento da apreensão, o então subsecretário geral de Governo da Prefeitura de Campos, Ângelo Rafael Barros Damiano, que era um dos coordenadores da campanha do PR no município. Em depoimento à Justiça, o DJ Júlio César de Oliveira Cossolosso, que constava como dono do galpão, admitiu ser “laranja” de Paulo Ferreira Siqueira, conhecido como Paulo Matraca, apontado como proprietário da Edafo.
O imóvel foi cedido ao partido para a campanha, e, de acordo com o depoimento de Júlio, o documento de cessão foi assinado dentro da Prefeitura, na sala do Fundo de Desenvolvimento de Campos (Fundecam), na presença então presidente Otávio Amaral de Carvalho, o Tavinho. Além do material da campanha de 2014, foram encontrados documentos da Edafo, folhas com registros da saída de material e propaganda das campanhas de 2010 e 2012.
Em novembro de 2014, a Procuradoria Regional Eleitoral (PRE) acusou Garotinho, Rosinha, Ângelo Rafael e a então deputada estadual, à época já eleita deputada federal, Clarissa Garotinho (hoje PRB) pela montagem de um esquema na Prefeitura para beneficiar coligados no PR nas eleições de 2014. Na ação, constam também como denunciados o então tesoureiro do PR, Carlos Carneiro Neto; o proprietário da Edafo , Paulo Matraca; o Tavinho do Fundecam; e Sandro de Oliveira, que era funcionário terceirizado da Prefeitura de Campos.
O blog Ponto de Vista, de Christiano Abreu Barbosa, foi o primeiro a levantar as denúncias (aqui, em 10 de setembro de 2014) e a publicar documentos (aqui e aqui, no dia 12 de setembro) que comprovavam o envolvimento da empresa e assessores da Prefeitura no suposto esquema irregular. No domingo seguinte, 14 de setembro, a Folha da Manhã (aqui) e o jornal O Globo (aqui) trouxeram matérias especiais sobre o caso:

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    Arnaldo Neto

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