Cineclube Goitacá apresenta "Fúria"
Paula Vigneron 06/12/2016 18:44
Divulgação
Filme "Fúria"/Divulgação
O Cineclube Goitacá exibirá, na noite desta quarta-feira (7), o filme “Fúria” (1936), dirigido pelo alemão Fritz Lang. O longa-metragem aborda o limite da democracia e da justiça norte-americanas a partir de um caso de linchamento. A sessão, que será mediada pelo professor, escritor e ambientalista Aristides Soffiati, acontecerá a partir das 19h, na sala 507 do edifício Medical Center, localizado no cruzamento das ruas 13 de Maio e Conselheiro Otaviano. A entrada é gratuita.
Com elenco formado por Spencer Tracy, Sylvia Sidney, Edward Ellis e Bruce Cabot, “Fúria” mostra o personagem Joe Wilson, que viaja para encontrar a sua noiva, Katherine Grant. A mulher trabalha em outra cidade. Mas, no meio do caminho, ele é confundido com um sequestrador de crianças e é preso.
Ao saber que o suposto criminoso foi encontrado, a população invade a delegacia para linchar o homem. As pessoas incendeiam o local. Desaparecido, Joe é considerado morto, mas, na verdade, está vivo, escondido e planejando sua vingança contra aqueles que tentaram matá-lo.
— Escolhi um filme que tem tudo a ver com o presente momento dos Estados Unidos e do mundo. E “Fúria” é o primeiro filme de Fritz Lang nos EUA. Ele mostra uma situação bastante atual, sobretudo com relação à eleição de Donald Trump, dos limites da democracia e da justiça norte-americanas quando o sistema é testado — explicou Soffiati.
Para ele, o filme de Lang traz a relação do diretor com os Estados Unidos. Como muitos alemães, o cineasta saiu de seu país de origem devido ao Nazismo e foi convidado para trabalhar na América do Norte. Com “Fúria”, ele demonstra o seu descontentamento. O linchamento do homem, de acordo com o apresentador da noite, dialoga com a contemporaneidade. Enquanto o primeiro momento se trata de um ato físico, o segundo está ligado à democracia.
— E existe não só nos Estados Unidos, mas no Brasil também. Essa polarização que há no nosso país, atualmente, não deixa de ter um caráter de linchamento. As pessoas não têm clareza sobre o que estão fazendo. Elas se comportam como um grupo de bárbaros. É um filme meio açucarado no começo, mas termina de modo ácido — definiu Soffiati.

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