Mais diálogo
01/01/2016 19:01

Paula Vigneron, Dora Paula Paes e Celso Cordeiro Filho
Fotos: Genilson Pessanha, Rodrigo Silveira, Tércio Teixeira, Arquivo Folha da Manhã e Divulgação  

Durante os meses de setembro, outubro e novembro, a Folha Dois publicou reportagens referentes a importantes assuntos do município. A série “Princípios para Campos” foi desenvolvida com o intuito de criar um panorama de opiniões para o futuro do município. “Diálogo” foi a palavra destacada pelos entrevistados na relação com o poder público na busca por soluções para a área cultural no município. Entre os temas pautados, foram escolhidos Carnaval Fora de Época, Patrimônio Histórico Cultural, Teatro, Literatura e Produção Audiovisual.

O primeiro tema abordado na sequência da série foi “Carnaval Fora de Época”. Diversas foram as posições e sugestões de pessoas ligadas à grande folia. O pesquisador de Cultura Popular e professor de História Marcelo Sampaio acredita na necessidade de salvar a principal festa popular do município. Para ele, o Carnaval de Campos deve voltar a ser “na data do calendário e nunca mais fora de época”.

O presidente interino da Liga Independente das Escolas de Sambas de Campos, Marcelo Velasco, afirmou que a primeira grande mudança no Carnaval de Campos é reduzir o número de agremiações. Para o carnavalesco, dos 20 grupos, oito fazem algo para conseguir arrecadação própria.

População opinou sobre os temas

Pelas ruas, a população de Campos também opinou sobre os assuntos debatidos, nos últimos meses, pela Folha da Manhã. Para os campistas, é necessário que haja maior valorização do patrimônio histórico, cultural e arquitetônico. A vendedora Thaís Mendes, de 21 anos, que trabalha no Centro, declarou que “os prédios em que está a nossa história estão se acabando, se desvalorizando. É preciso preservar nossa cidade e cuidar bem dela”.

Certos assuntos, no entanto, são desconhecidos dos cidadãos locais. Teatro, Literatura, Produção Audiovisual, Solares Campistas e Museu Olavo Cardoso estão entre os mais estranhos à população. Parte do grupo entrevistado afirmou nunca ter ido a uma peça teatral campista, assim como disse desconhecer filmes e livros de artistas locais. A falta de divulgação destes trabalhos é o principal motivo para o pouco contato da população com as obras.

— Eu gosto de ler e acredito que a literatura faça muito bem tanto para o auto-entendimento quanto para o entendimento sobre outros assuntos. E, por exemplo, mesmo quando você não lê literatura brasileira, você aprende português. E isso é muito bom. Não li autores campistas. E não leria por ser de Campos. Leria pela história, mas acho que não há divulgação suficiente — comentou a professora de inglês Letícia Chagas Carvalho, de 18 anos.

Patrimônio da cidade é preocupação geral

Em relação aos patrimônios da cidade, o arquiteto e urbanista e diretor geral do Observatório Social de Campos, Renato Siqueira, assegurou que há necessidade de um corpo técnico especializado no trato com o patrimônio e a criação de uma cartilha que apresente o acervo arquitetônico. “O Coppam (Conselho de Patrimônio Histórico e Cultural do Município) deve ter independência da Prefeitura para exercer o seu caráter consultivo e deliberativo plenamente”.

Presidente do Coppam, Orávio de Campos informou que a entidade estava em diálogo com os técnicos especializados sobre a possibilidade de incluir, nas escolas municipais, a disciplina de Educação Patrimonial, já prevista na Lei Orgânica do Município.

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