O mundo dá voltas
José Paes 11/01/2016 08:39

Li recentemente no Blog do Jornalista Alexandre Bastos, hospedado na Folha online, que o atual Secretário Municipal de Governo, Anthony Garotinho, vem utilizando o argumento da falta de experiência para tentar desqualificar jovens políticos locais que se colocam como pré-candidatos à Prefeitura. Todos sabemos para quem, especificamente, a crítica foi dirigida, basta ver as pesquisas de intenção de voto recentemente divulgadas e constatar o jovem que aparece entre os líderes.

O interessante seria saber a que “experiência” Garotinho esteja se referindo. Realmente, o grupo jovem que vem se colocando como alternativa ao que aí está não me parece ter experiência em formação de quadrilha, em corrupção, em falta de transparência, em loteamento de cargos públicos, em atraso de obras públicas relevantes em detrimento de obras faraônicas de pouca utilidade, em contratação de shows milionários, algo muito comum por essas bandas ao longo dessas últimas décadas. E é até bom – essencial, diria eu – que não tenham mesmo, pois a população já está cansada dos resultados que esse tipo de “experiência” trouxe para o Município.

De fato, pode até faltar experiência administrativa, mas o próprio Garotinho é a prova viva de que a falta de experiência não impede a realização de bons governos. Se houve alguma gestão decente desse grupo que aí está, foi justamente o primeiro mandato de Garotinho, quando ele tinha apenas 28 anos. Foi justamente esse governo sem experiência que impulsionou sua carreira política, completamente desvirtuada posteriormente em razão da sua ânsia desmedida pelo poder.

Na verdade, o que Garotinho tenta conveniente omitir, é que não é a experiência, ou a falta dela, que medem necessariamente a capacidade de um político governar bem ou mal. O que efetivamente se precisa, é seriedade, equipe técnica capacitada, capacidade de diálogo e integração com outros poderes e com a sociedade civil e, sobretudo, um plano de governo bem delineado, factível, pautado em princípios transparentes.

O que se vê, diante de tudo o que aí está, é que toda a experiência dos nomes batidos que aí estão, já não dá conta de resolver os problemas que o município enfrenta, sendo, aliás, um dos principais motivos do caos que aqui se instalou. Certo é que o mundo dá voltas, o novo de ontem é o ultrapassado de amanhã, são os ciclos da vida e o desse grupo político atual parece estar se esgotando. Experiência, evidentemente, é importante, mas o que precisamos de imediato é um novo jeito de fazer política, um novo projeto para o município.

Artigo publicado na versão impressa da Folha do dia 07/01.

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