Gestão, eis a questão.
José Paes 08/11/2013 14:27

Na última terça-feira, iniciou-se na Câmara Municipal, através da provocação do vereador Rafael Diniz, um vigoroso debate sobre a saúde do nosso município. De um lado, o vereador Rafael, membro da bancada oposicionista, denunciava o caos do sistema de saúde do município, com a falta de medicamentos e equipamentos básicos e o atraso de importantes obras do setor. Do outro lado, a bancada governista tentava minimizar os problemas. Até mesmo a existência de filas de pacientes foi encarada com naturalidade.

O caos na saúde, infelizmente, é um problema crônico, vivido não apenas em Campos, como em todo o Brasil e que, em minha visão de leigo, decorre de dois aspectos principais: Falta de investimento e precariedade na gestão.

Em Campos, me parece que o problema nem é tanto de investimento, pois para 2014 estão reservados para a Saúde algo em torno de 500 milhões de reais, o que representa cerca de 20 por cento do orçamento municipal.

Se aparentemente não falta dinheiro, parece haver sim má gestão. É preciso gastar melhor o dinheiro público para oferecer um serviço de atendimento aos campistas com mais qualidade. É preciso mudar a forma como o dinheiro é gasto.

Mas como fazer isso? Seria tão complicado gerir o sistema, como o vereador Paulo Hirano afirmou na tribuna da Câmara? Obviamente, não se pode ser hipócrita ao ponto de afirmar que gerir a saúde pública seja tarefa fácil e que não existam enormes desafios. Mas acredito que algumas atitudes relativamente simples – mas de benefícios gigantescos - poderiam ser tomadas para que o dinheiro da saúde fosse melhor empregado.

Antes de mais nada, é preciso qualificar o gestor da saúde e valorizar os profissionais concursados. Infelizmente, o que se vê hoje são unidades de saúde geridas por profissionais indicados de forma política e que na maioria dos casos não possuem o mínimo de qualificação técnica para gerir e resolver os problemas da rede municipal.

Outro aspecto importante e que precisa ser revisto, diz respeito à atenção a saúde básica. Campos ainda não restabeleceu o programa de saúde da família – PSF, que tantos benefícios traz para a população, apesar do seu baixo custo de implantação, se comparado com o custeio de hospitais.

Enfim, apesar das dificuldades, o que se precisa fazer é mudar a mentalidade do gestor público campista. Resolver o problema da saúde, reconheço, é difícil, mas pequenas atitudes, como as descritas acima, se tomadas, podem melhor – e muito, a atual situação. Pena que a bancada governista não pensa assim!

Artigo publicado na Folha impressa de ontem (07.11)

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