A segunda-feira (25) foi marcada por mais uma série de polêmicas envolvendo o presidente Jair Bolsonaro (PSL) e o líder francês Emmanuel Macron por causa dos desdobramentos sobre as queimadas na região amazônica. O europeu começou o dia condenando um comentário de Bolsonaro nas redes sociais sobre sua esposa, Brigitte Macron, classificando-o de “extraordinariamente desrespeitoso”.

Macron ainda disse esperar que os brasileiros “tenham rapidamente um presidente que se comporte à altura”. A reação do presidente francês aconteceu após um seguidor de Jair Bolsonaro postar nas redes sociais a imagem dos dois líderes ao lado das respectivas primeiras-damas: “Entende agora porque Macron persegue Bolsonaro?”, disse o seguidor, com o comentário do presidente brasileiro na sequência: “não humilha kkkkk”.

Os dois casais presidenciais, brasileiro e francês, têm em comum a diferença de idade, sendo que Brigitte Macron, de 66 anos, é mais velha que o marido, que tem 41 anos. Já Bolsonaro tem 64 anos, enquanto sua esposa, Michelle, tem 37.

Macron também anunciou um aporte de 20 milhões de euros do G7 (grupo dos sete países mais ricos do mundo) para ajudar no combate aos incêndios na Amazônia, mas Bolsonaro voltou a questionar o líder francês: “Não podemos aceitar que um presidente, Macron, dispare ataques descabidos e gratuitos à Amazônia, nem que disfarce suas intenções atrás da ideia de uma ‘aliança’ dos países do G-7 para ‘salvar’ a Amazônia, como se fôssemos uma colônia ou uma terra de ninguém”.

Durante o dia, o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, chegou a dizer que a ajuda seria bem-vinda, desde que seja respeitada a soberania do governo brasileiro sobre como o recurso seria usado.

Mais tarde, o ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, sinalizou que o Brasil não irá aceitar o aporte financeiro. “Agradecemos, mas talvez esses recursos sejam mais relevantes para reflorestar a Europa. O Macron não consegue sequer evitar um previsível incêndio em uma igreja que é um patrimônio da humanidade e quer ensinar o quê para nosso país? Ele tem muito o que cuidar em casa e nas colônias francesas”. (A.N.)