Hospitais auxiliam a rede pública
13/04/2019 13:34 - Atualizado em 15/04/2019 18:54
Hospitais da rede contratualizada, Santa Casa e Plantadores de Cana
Hospitais da rede contratualizada, Santa Casa e Plantadores de Cana / Divulgação
Para reforçar o suporte na Saúde, o município de Campos conta com o auxílio de quatro hospitais contratualizados, que são: Santa Casa de Misericórdia de Campos, Hospital Escola Álvaro Alvim (HEAA), Hospital Plantadores de Cana (HPC) e Sociedade Portuguesa de Beneficência de Campos (SPBC). Segundo os diretores das unidades, a saúde enfrenta desafios a nível nacional e o principal obstáculo seria a desatualização da Tabela SUS. Os responsáveis pelos hospitais também ressaltaram que, desde 2017, os repasses municipais estão em dia e as unidades estão aptas a colaborar com as parcerias firmadas através da contratualização.
A Santa Casa de Misericórdia é referência no Norte e Noroeste Fluminense em cardiologia e cirurgia cardíaca na Rede de Urgência e Emergência. Segundo o diretor clínico da unidade, Cleber Glória, atualmente a Santa Casa conta com cerca de 300 leitos, entre os 30 de UTI e demais enfermarias, além de ter um ambulatório que atende mais de 80 mil pessoas por mês. Com a mudança no secretariado da pasta da Saúde, Cleber acredita que melhore a comunicação. “Acredito que com a mudança de secretário a comunicação possa melhorar. Até porque Abdu é atuante e busca o diálogo para resolver as situações. E nós da Santa Casa estamos sempre abertos a essas conversas para ajudar no que for preciso da melhor maneira possível”, disse ao destacar que a Santa Casa conseguiu extinguir o problema de filas para marcação de consultas ambulatoriais.
Em relação à Tabela SUS, o diretor clínico ressaltou que o reajuste não é feito há pelo menos 16 anos, o que contribui para dificultar o andamento do serviço prestado. “Em Campos, a Prefeitura complementa essa verba da Tabela SUS e isso ajuda muito”, pontuou.
Já o HEAA possui duas atividades preponderantes que são o serviço de oncologia e cirurgia cardíaca e hemodinâmica, além de realizar cirurgias bariátricas. Para o diretor geral da unidade hospitalar, Geraldo Venâncio, Campos possui um sistema confortável para atender seus 600 mil habitantes, porém atende bem mais que isso. “Campos é privilegiada por ter quatro hospitais contratualizados e possui um sistema confortável para atender sua massa populacional que gera em torno de 600 mil habitantes, no entanto acaba atendendo mais de 1 milhão de pessoas, pois absorve também outros municípios”, observou ao acrescentar que a Saúde tem um problema estrutural em todas as esferas. “Vamos citar como exemplo as cirurgias de média complexidade, procedimentos que acabam sendo afetados por conta da falta de reajuste da Tabala SUS”.
Venâncio ressaltou que o HEAA é uma unidade contratualizada há muitos anos e tem uma característica diferente por estar vinculada ao ensino da Faculdade de Medicina de Campos. A unidade trabalha na instalação de mais 10 leitos de UTI para totalizar 30. Além disso, de acordo com o diretor, o hospital oferece mais consultas ambulatoriais que outras unidades. Sobre a mudança no secretariado, Venâncio ressaltou que está aberto ao diálogo.
Beneficência mostra potencial de ações
Na SPBC, os atendimentos mais comuns são de oncologia, oftalmologia, maternidade, além de ter suporte de UTI e Clínica Médica. De acordo com o presidente do hospital, Renato Dantas Farias, a unidade tem um potencial “enorme” de ações.
— Historicamente temos um longo trabalho na questão ortopédica e também temos 19 leitos de UTI semi prontos que podemos colocar a disposição da rede pública. Hoje o hospital conta com 30 leitos de oncologia, 24 de maternidade, 26 leitos de UTI adulto e 12 de Clínica Médica — destacou o presidente.
Dantas também critica a falta de reajuste da Tabela SUS. “A Prefeitura de Campos é a única que eu conheço que complementa a Tabela SUS, mas o grande problema é que mesmo com a complementação, nem sempre é suficiente. Hoje os hospitais estão em situação muito crítica, por conta do atraso de repasses do governo passado, que se agravou nos anos de 2015 e 2016”, pontuou.
Ainda segundo o presidente da SPBC, a Saúde Pública de Campos tende a melhorar. “O novo secretário já sinalizou um diálogo, mas percebo que ele ainda está tomando pé de toda situação. Acredito que tudo tende a melhorar, diante das propostas que já foram veiculadas”, opinou.
Hospitais da rede contratualizada, Santa Casa e Plantadores de Cana
Hospitais da rede contratualizada, Santa Casa e Plantadores de Cana / Divulgação
Plantadores com 97% de atendidos pelo SUS
Para o diretor do HPC, Frederico Paes, “a Saúde em Campos é complexa”. “O município é polo na região para diversos atendimentos e acaba sendo utilizado por pessoas de outros municípios, o que acaba sobrecarregando tanto os hospitais públicos quanto os contratualizados. Existe bastante dinheiro alocado na Saúde e precisa saber se esse dinheiro está sendo bem empregado, bem direcionado”, destacou ao acrescentar que os repasses de verba estão em dia.
Sobre o HPC, Paes disse que a unidade realiza em torno de 350 partos por mês. “Além disso, contamos com mais de 25 mil procedimentos mensais. Com 97% de atendimento pelo SUS. Hoje o HPC é referência não só no atendimento de alto risco de UTI Neonatal, mas crescemos também a UTI de adulto, inicialmente em seis leitos e hoje com 20. Também contamos com 50 leitos entre UTI Neonatal e UI. Esses são dados importantes que mostram que o hospital, apesar de toda dificuldade, está crescendo e atendendo cada vez melhor a população”, explicou.

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