Ameaça de ataque armado no Auxiliadora mobiliza escola e polícia
09/04/2019 17:34 - Atualizado em 10/04/2019 15:26
A ameaça de um suposto ataque armado ao Centro Educacional Nossa Senhora Auxiliadora (Censa), em Campos, viralizou nesta terça-feira (9) nas redes sociais e mobilizou a escola e a polícia. Um aluno do Ensino Médio da instituição, de 14 anos, foi ouvido à tarde na 134ª Delegacia de Polícia (Centro), acompanhado dos pais, e é investigado por ameaça. Em áudios compartilhados via WhatsApp, pais de estudantes relataram que o estudante, que seria filho de um ex-policial militar, teria afirmado que iria entrar armado na escola. O Censa emitiu nota informando que o aluno foi ouvido e as aulas ocorreram normalmente. Segundo o blog Ponto de Vista, de Christiano Abreu Barbosa, o adolescente ficará suspenso até que a situação seja esclarecida. Este não é o primeiro registro desse tipo de ação em Campos. No início do mês, um texto afirmando que seria realizado um atentado foi deixado no computador de outra escola particular. Em março, um jovem e dois adolescentes, alunos da rede pública, foram detidos pela Polícia Civil após ameaças em redes sociais. Todos os casos ocorreram após o massacre de Suzano, onde 10 pessoas acabaram mortas.
Em nota, o Censa afirmou ter identificado, nesta terça-feira, uma publicação nas redes sociais de um de seus alunos com “conteúdo considerado ofensivo”. “Imediatamente conversamos com este estudante e convocamos os pais para uma reunião de esclarecimento dos fatos. Ressaltamos que, durante todo o dia, nossas atividades pedagógicas aconteceram de forma normal, em ambos os turnos, sem riscos para os demais alunos”, diz a nota.
Nas mensagens trocadas com uma colega de turma, o menor informou: “Na hora da saída sai correndo o mais longe que puder senão vai sobrar pra tu tbm” (sic). Em outra postagem, ele fala: “Leva arma pra escola amanhã” (sic).
O delegado titular da 134ª DP, Bruno Cleuder, destacou que está apurando o caso. “Parece ser uma travessura, mas vamos confirmar”, ressaltou.
Uma equipe da Folha da Manhã conversou, na tarde desta terça-feira, com alunos da escola e pais, que afirmaram que a notícia se espalhou na comunidade escolar por volta das 13h e que, por causa das ameaças, alguns discentes afirmaram que não iriam comparecer à aula nesta quarta-feira (10).
Detidos — Em março, três alunos de Campos, sendo um jovem de 18 anos e dois adolescentes de 16 e 14, foram detidos pela polícia, por situações distintas que demonstram ameaças a escolas, que aconteceram no dia 20 de março. Um deles frequentava a Escola Municipal Professora Olga Linhares Correa, no Calabouço, em Guarus; outro, o Colégio Estadual Dr. Phillippe Uébe, no Parque São Matheus; o terceiro, o Ciep Nina Aroeira, na Penha.
No computador — O Externato Campista, escola tradicional de Campos, recebeu, no dia 21 de março, uma ameaça contra a instituição. O fato ocorreu logo após o massacre da Escola Estadual Raul Brasil, em Suzano, São Paulo. Uma mensagem programada com a inscrição “Eu vou cometer um atentado nesse recinto” foi encontrada em um dos computadores, no laboratório de informática.
Suzano — No dia 13 de março, um ataque de um jovem e um adolescente a estudantes e profissionais de uma escola em Suzano, na região metropolitana de São Paulo, chocou o país. Guilherme Taucci Monteiro, 17 anos, e Luiz Henrique de Castro, 25, mataram oito pessoas e deixaram outras 25 feridas na Escola Estadual Raul Brasil e depois cometeram suicídio.

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