"O segredo de Santa Vitória" no Cineclube Goitacá
Matheus Berriel 05/02/2019 19:09 - Atualizado em 07/02/2019 14:41
A atração desta quarta-feira (6) no Cineclube Goitacá será o filme “O segredo de Santa Vitória” (The Secret of Santa Vittoria, 1969), dirigido por Stanley Kramer. A apresentação ficará a cargo do fiscal de renda aposentado José Roberto Leite Fernandes, conhecido como Gugu, que usará a oportunidade para enfatizar a carreira do ator Anthony Quinn, falecido em 2001, aos 86 anos. A sessão está marcada para as 19h, na sala 507 do edifício Medical Center, localizado na esquina das ruas Conselheiro Otaviano e Treze de Maio, no Centro de Campos. Entrada gratuita.
— “O segredo de Santa Vitória” é uma comédia que fala da ocupação dos alemães numa cidade onde o importante era o vinho, a grande riqueza, e, os moradores precisavam esconder o vinho para que, quando acabasse a guerra, eles tivessem alguma coisa para negociar. Então, escolhem um bobo lá da cidade para ser o prefeito e esconder isso tudo dos nazistas — disse Gugu.
No filme, Anthony Quinn faz o personagem Ítalo Bombolini, o bêbado que vira prefeito por aclamação popular após o rendimento do exército fascista e a deposição de Benito Mussolini, na parte derradeira da Segunda Guerra Mundial. Durante o longa-metragem, com 2 horas e 49 minutos de duração, Bombolini é o responsável por liderar o movimento de proteção do vinho.
— Apesar de não ter sido premiado neste, Anthony Quinn foi muito lembrado em quase todos os filmes que fez. O importante é que, neste filme, você vê a importância da atuação do ator; como o ator consegue levar a obra. É claro que o filme foi muito bem dirigido. Mas, o mais importante que estou querendo levar é a visão do ator. A importância do diretor é absurda, a gente já viu isso muitas vezes no Cineclube. Mas, falo da importância do ator. É como se, no futebol, de repente você tem um craque no time; pode deixar que ele resolve — disse Gugu.
Mexicano naturalizado estadunidense, Anthony Quinn tem em seu currículo dois Oscars de melhor ator coadjuvante, por suas atuações em “Viva Zapata!” (1952) e “Sede de viver” (1956), além de outras duas indicações para melhor ator. Ao longo da carreira, atuou em produções de vários gêneros, como bíblico, drama, policial, faroeste e outros.
— Ele trabalhava com todo tipo de diretor, fez todos os tipos de filme, além do teatro. Foram mais ou quase 200 filmes. Foi ainda o ator que mais trabalhou com pessoas que ganharam Oscar, mais de 40 premiados com quem ele trabalhou. A visão que eu quero levar não é a do diretor. É a de um ator que poderia ser um índio ou um magnata. Um ator que podia fazer comédia ou fazer um Barrabás — pontuou o apresentador.
Para Gugu, pai do cineasta e crítico de cinema Felipe Fernandes, o Cineclube Goitacá tem papel fundamental como um espaço cultural gratuito na cidade de Campos, bem como o teatro e os pontos de leitura:
— Se você não tiver um Cineclube, vai ter uma faceta a menos nessa questão cultural. No Cineclube, você vai ver a importância de um diretor, do roteiro, de um ator e de se ter uma boa história. E depois, você terá 10, 15, 20 minutos para discutir o filme. Quando você faz isso no teatro, também é muito importante. A peça ganha, o filme ganha. O debate é importante, porque a obra cresce. Alguns aspectos que você não conseguiu assimilar durante a apresentação, passa a assimilar no debate. O Cineclube faz isso, engrandece a obra. Os filmes são fantásticos e extraordinários, mas o debate eleva a participação.

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