Sérgio Cabral: "Esse foi meu erro, apego a poder, dinheiro... é um vício"
26/02/2019 20:17 - Atualizado em 26/02/2019 20:40
No primeiro depoimento à Justiça Federal em que admitiu o recebimento de propina, o ex-governador Sérgio Cabral disse que o seu "erro de postura" durante o período em que comandou o Estado do Rio foi se apegar ao poder e ao dinheiro. Ao citar um acerto de propina na área de prestação de serviços na Saúde com o empresário Arthur Soares, conhecido como Rei Arthur, o ex-governador afirmou que isso se tornou um vício.
— Pagava-se propina, isso me dito pelo Arthur, em governos anteriores. E aí falei com o Sérgio Côrtes: vou ficar com 3% e você fica com 2%. Esse meu erro de postura, de apego a dinheiro, a poder, a tudo isso. Isso é um vício. E o Sérgio Cortes se sentiu muito à vontade para me introduzir o Miguel Iskin - afirmou Cabral, sobre o acerto de propina logo no início de seu governo.
Miguel Iskin é um empresário, também alvo da Lava-Jato e amigo de Côrtes, que também pagou propina a Cabral, segundo o ex-governador confessou
Cabral afirmou que a divisão de propina de Iskin era de 3% para ele e e 2% para Côrtes e que depois passou a ser meio a meio. A audiência era relativa ao pagamento de propina de R$ 16 milhões na área da Saúde. O emedebista diz que deve ter recebido de 30% a 40% desse valor.
De Rei Arthur, ele disse que recebeu R$ 6 milhões para a campanha de 2006, R$ 3 milhões para a campanha do ex-prefeito Eduardo Paes e R$ 30 milhões em propina.
O ex-governador começou a audiência declarando que resolveu "falar a verdade" por conta de sua família, do momento histórico e para ficar bem com ele mesmo. A Bretas, ele pediu desculpas porque mentiu em depoimentos anteriores.
 
 
(Fonte: O Globo)

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    Suzy Monteiro

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