A Câmara dos Deputados publicou nesta terça-feira a renúncia do deputado federal Jean Wyllys (Psol) ao mandato para o qual foi eleito em outubro de 2018. No despacho publicado juntamente com o ofício de Wyllys, o presidente da Câmara, deputado Rodrigo Maia (DEM), determina a convocação do primeiro suplente da bancada do Psol do Rio de Janeiro e a inclusão de seu nome na lista dos parlamentares que tomam posse.

O suplente é o vereador carioca David Miranda (Psol). A Câmara dos Deputados já pode tomar as providências necessárias para que Miranda assuma o mandato a partir de sexta-feira, na 56ª Legislatura.

No ofício protocolado na última segunda-feira, na presidência da Câmara, Wyllys informa “em caráter irretratável”, que não vai tomar posse em seu terceiro mandato consecutivo. O deputado anexou a carta apresentada ao seu partido, na última quinta-feira, na qual disse ao Psol que renunciaria ao mandato e não voltaria ao Brasil.

O deputado afirma na carta que vem sofrendo “ameaças de morte e pesada difamação”, desde seu primeiro mandato, mas que isso se tornou mais intenso no ano passado. Segundo Wyllys, as ameaças se estenderam à sua família, incluindo mãe, irmãs e irmãos, bem como a seus amigos próximos.

Wyllys explicou que volume de ameaças aumentou após o assassinato da vereadora carioca Marielle Franco (Psol), em março do ano passado, e que, desde então, ele precisava andar de carro blindado e com escolta de seguranças armados.

Rodrigo Maia divulgou uma nota na semana passada na qual disse lamentar a decisão de Jean Wyllys de não tomar posse para o novo mandato. Maia acrescentou, na nota, que ninguém pode ameaçar um deputado federal e “sentir-se impune”. (A.N.)