Deputado preso quer tomar posse
29/01/2019 21:28 - Atualizado em 31/01/2019 15:15
As inusitadas notícias envolvendo a política fluminense continuam surpreendendo. O deputado estadual Luiz Martins (PDT), preso desde novembro do ano passado na operação Furna da Onça, fez um pedido à Justiça para uma saída temporária da cadeia e escolta da Polícia Federal. O motivo: para poder tomar posse na próxima sexta-feira (1º) no cargo para qual foi reeleito em outubro do ano passado. A informação foi publicada no blog do jornalista Fausto Macedo, no site do Estadão. Enquanto isso, nesta terça-feira foi revelado que três contas ligadas a uma assessora do presidente da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj), André Ceciliano (PT), seriam ligadas ao deputado federal Gelson Azevedo (PHS).
Na manifestação protocolada no Tribunal Regional Federal da 2ª Região (TRF-2), no Rio de Janeiro, a defesa de Martins alega que o parlamentar corre o risco de perder o mandato porque, segundo o regimento interno da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj), caso o parlamentar não tome posse do mandato pessoalmente em até 60 dias, será convocado o suplente.
— O indeferimento desta equivale à cassação do mesmo, sem sequer existir denúncia recebida. É medida consagradora do princípio democrático, bem como da presunção de inocência, autorizar a saída temporária do requerente para participar da mencionada cerimônia — diz o documento.
Martins faz parte do grupo de seis deputados eleitos que estão presos acusados de corrupção e que vivem a mesma situação do pedetista. Além dele, também estão na prisão os parlamentares André Corrêa (DEM), Marcus Vinícius Neskau (PTB), Marcos Abrahão (Avante) e Chiquinho da Mangueira (PSC) – em prisão domiciliar – todos alvo da Furna da Onça e reeleitos em outubro.
Outro eleito em outubro e que também está preso é o ex-prefeito de Silva Jardim, na Baixada Litorânea, Anderson Alexandre (SD). Ele foi alvo de uma operação do Ministério Público estadual e da Polícia Civil, acusado de fraude em contratos no município.
Ligação entre deputados após depósitos
Três contas ligadas a uma assessora de André Ceciliano receberam R$ 448 mil em depósitos de uma empresa do deputado federal eleito Gelson Azevedo (PHS), aliado político do petista. A informação é do jornal O Globo.
As transferências aconteceram entre janeiro de 2011 e maio de 2017, e a maior parte, R$ 275 mil, aconteceu no período eleitoral de 2016, quando Ceciliano foi derrotado na disputa pela Prefeitura de Japeri, enquanto Azevedo elegeu-se vice-prefeito de São João de Meriti. As duas cidades ficam na Baixada Fluminense.
A assessora, o marido dela e um ex-assessor de Ceciliano movimentaram R$ 44,8 milhões entre janeiro de 2011 e maio de 2017, por meio de contas da mesma agência. A disparidade entre o volume de transações e as rendas declaradas pelo trio chamou a atenção do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf). De todos os funcionários da Alerj citados no relatório, a assessora de Ceciliano é a recordista individual, com movimentação de R$ 26,5 milhões no período.
Em nota, Ceciliano afirmou que a assessora faz “a relação entre o mandato e os moradores de Paracambi e outras cidades vizinhas da Baixada Fluminense”. Ele afirmou saber que a assessora “tem sociedade com o marido em empresas”, mas afirmou que desconhece as movimentações financeiras dela. Ceciliano disse que não sabe o motivo das transferências feitas pela empresa do deputado eleito Gelson Azevedo e negou que tenham sido uma maneira de financiar sua campanha.

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