Mãe e filha respiram o esporte
Paulo Renato do Porto 14/09/2018 20:53 - Atualizado em 18/09/2018 13:29
Desde quando se deu conta de que o Rio não mais lhe convinha em razão da violência, a ex-jogadora de vôlei Janina, de 47 anos, decidiu escolher Campos para morar e criar sua filha Sarah, 12 anos, que hoje segue os passos da mãe — além de vôlei, pratica também natação.
— Todo mundo me faz essa pergunta. “Como é que você veio parar em Campos?”. Eu vim em busca de uma melhor qualidade de vida. O Rio sempre foi violento, agora é que essa violência está mais divulgada. Na avenida Brasil, as pessoas vivem aterrorizadas com o que pode vir acontecer ali na frente — explicou Janina, hoje professora de educação física.
A condição de cidade-polo do ensino e da medicina também se soma às razões que a levaram a optar por Campos.
— Eu vinha sofrendo de um problema de apêndice, que foi diagnosticado aqui, onde fui inclusive operada. Então, é uma cidade boa neste aspecto do atendimento médico, assim como na educação, do jardim de infância à universidade. Campos é mais tranquilo, onde se pode morar em casa e assim posso criar meus cachorros. E sempre morei em apartamento — acrescentou a ex-atleta.
Neste sábado, Sarah vai competir, representando a Equipe Reis de Natação, (com o patrocínio da Folha da Manhã) pelo Tênis Clube, no Olaria, onde a mãe começou os primeiros passos no vôlei.
— Ela está há um ano e seis meses na natação, com belíssimos resultados. No vôlei, está há um mês — lembrou.
As comparações com a mãe que chegou à seleção brasileira e jogou em equipes de ponta do país não preocupam Janina.
— Não se trata de dizer se ela vai chegar onde a mãe chegou, alcançar a seleção brasileira ou ganhar uma medalha porque ela está apenas se iniciando, se descobrindo —, disse.
—Eu gosto de natação e do vôlei. É cedo ainda para me definir. O que já sei é que quero estudar medicina — decidiu Sarah.
“Ela hoje está na fase de especialização”
Do olhar materno de Janina sobre a filha se extrai observações de quem prepara cuidadosamente a “cria” para os desafios do esporte.
— Ela está na fase de iniciação, que começou aos seis meses de idade, na coordenação motora, na lateralidade, na profundidade e no conhecimento corporal, tudo isso foi trabalhado. Agora está na etapa da especialização, depois vamos saber se ela vai optar por jogar vôlei ou praticar natação em nível de competição. Se vai querer ser médica, como ela já definiu. Ela está ainda naquela fase de descoberta — disse Janina.
Em viagens com a seleção brasileira conheceu 19 países. A experiência no vôlei italiano não durou muito tempo.
— Não me adaptei devido ao frio. Ora, sou carioca, gosto de sol, de beira de praia... Mas não conhecia o interior do meu Estado, tinha essa curiosidade. Conheço mais o interior paulista. Vim conhecer através de Campos — concluiu.

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