Saúde bucal em ação social nesta terça-feira
11/12/2017 22:22 - Atualizado em 14/12/2017 15:55
Não é barato realizar tratamento odontológico no Brasil. Em tempos de crise, fica ainda mais difícil para famílias da classe baixa e até da média. Por conta disso, a inclusão social através da saúde bucal tem sido cada vez mais demandada. Nesta terça-feira e quarta, das 9h às 15h, os dentistas Manoel Eduardo de Lima Machado, professor de odontologia da Universidade de São Paulo (USP), e Soraya Beyruth, ex-professora do curso no Centro Universitário Fluminense (Uniflu), realizarão uma ação social beneficente na Escola Municipal Nova Canaã, no Parque Nova Canaã, em Campos. Trata-se da disponibilização de tratamento endodôntico, mais conhecido como tratamento de canal, através um método inovador com procedimentos mais curtos. A técnica foi usada recentemente na comunidade de Porto Velho, em Rondônia, numa das ações do projeto.
Lançado mundialmente há dois anos, durante congresso da Federação Internacional das Associações de Endodontia, em Cape Town, na África do Sul, o Projeto 32 é uma alteração do Projeto Amazonas, criado há uma década por Manoel Eduardo, que atualmente preside a Sociedade de Endodontia Latino Americana (Sela). A alteração de nome ocorreu para que a atuação ganhasse mais abrangência e fosse levada a outras regiões do Brasil e também ao exterior. O nome do projeto faz alusão aos 32 dentes da boca humana.
– Algumas revistas científicas e alguns avaliadores colocam a faculdade de odontologia da USP como a melhor do mundo, com Harvard em segundo. E o Brasil está em segundo lugar no mundo nas publicações científicas na odontologia. Porém, essa excelência não tem refletido em nada de positivo para a vida profissional. Os dentistas continuam com poucos pacientes, porque o tratamento é, às vezes, inacessível para a população. Então, começamos a questionar isso e a desenvolver técnicas e protocolos, maneiras de se fazer endodontia que fossem mais simples, mas, ao mesmo tempo, tivessem as características de excelência – disse Manoel.
A ideia de trazer o Projeto 32 para Campos partiu de Soraya Beyruth, esposa de Manoel Eduardo, natural de São João da Barra, que já participou de ações sociais no Nova Canaã. “Existe um problema social muito forte que atinge adolescentes e adultos naquela região, que é o tráfico. Eu fazia um trabalho lá que não tinha relação com a odontologia. Mas como temos esse projeto, criado pelo Manoel, eu o convidei para que viesse ajudar. Na verdade, o grande objetivo do Projeto 32 é a questão de levar essa odontologia de alta qualidade a lugares de difícil acesso”, salientou ela.
Nos atendimentos em Campos serão utilizados instrumentos que ainda não foram lançados no mercado brasileiro. “Só serão lançados em março, abril ou maio de 2018. São instrumentos que facilitarão, de forma significativa, a confecção do protocolo técnico”, reforçou Manoel.
Os atendimentos na escola Nova Canaã serão feitos em pessoas selecionadas numa pré-triagem, realizada há duas semanas, incluindo adolescentes e adultos. Os dentistas atuarão num consultório improvisado, com duas cadeiras odontológicas, uma delas cedida pela Prefeitura de Campos, que também disponibilizou um compressor. A expectativa é de cerca de 16 atendimentos, incluindo, além do tratamento endodôntico, restaurações e blindagens. Cada atendimento tem duração de 45 a 50 minutos, enquanto os procedimentos tradicionais costumam levar várias sessões.

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