Aristides Soffiati destaca filme de Dreyer
Jhonattan Reis 24/08/2017 18:19 - Atualizado em 25/08/2017 15:37
Soffiati ressaltou a direção do dinamarquês
Soffiati ressaltou a direção do dinamarquês / Antônio Leudo
Durante a exibição de “O Martírio de Joana d’Arc” (La Passion de Jeanne d’Arc, 1928), filme do diretor dinamarquês Carl Theodor Dreyer, no Cineclube Goitacá, na sala 507 do edifício Medical Center, em Campos, na noite dessa quarta-feira (23), o professor e crítico de cinema Aristides Soffiati, que apresentou a obra, comentou sobre o trabalho que os cineastas tinham nas primeiras décadas do século passado. Ele ressaltou a direção de Dreyer.
— Hoje em dia há tanta tecnologia que muitos diretores acabam sendo dirigidos pela própria tecnologia. Em “O Martírio de Joana d’Arc”, Dreyer pesquisou bastante sobre a história de Joana, equilibrou muito bem forma e conteúdo e, ainda, se atentou aos pequenos detalhes, inclusive na cenografia. Realmente se tratou de uma direção, de um filme que aconteceu graças à eficiência do diretor, cuja presença era muito necessária naquela época — disse.
Soffiati também comentou sobre a fidelidade do longa-metragem ao julgamento de Joana d’Arc.
— Segundo críticos, é o filme que melhor retrata o julgamento de Joana d’Arc. Lembrando que estamos falando do julgamento, não da história dela em si. Claro que há uma dramaticidade maior no filme, de uma forma que acredito que não tenha acontecido com Joana d’Arc. Porém, isso é uma característica do cinema da época em que o filme foi feito.
O apresentador da noite ainda comentou sobre o trabalho da atriz (Maria Falconetti) que interpretou Joana na obra de Dreyer.
— Ela foi escolhida por ser uma artista de teatro. Falconetti tinha o rosto expressivo que Dreyer estava procurando. Ela, no entanto, acabou caindo no esquecimento e foi seu único trabalho de destaque no cinema.
Antes da obra de Carol Theodor Dreyer, Aristides Soffiati exibiu o curta-metragem “Viagem à Lua” (Le Voyage dans la Lune, 1902), de Georges Méliès. “É a primeira ficção científica da história do cinema. É importante ter contato com obras do início do cinema, porque tudo era feito com vários truques que hoje em dia passam despercebidos. Nessa época, as pessoas estavam começando a usar imagens em movimento para contar histórias”, relatou.

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