Familiares e amigos se despedem de fundador do Instituto Mão Amiga
Paula Vigneron e Matheus Be 09/05/2017 09:53 - Atualizado em 10/05/2017 13:01
  • Adriano foi sepultado no Campo da Paz

    Adriano foi sepultado no Campo da Paz

  • Adriano foi sepultado no Campo da Paz

    Adriano foi sepultado no Campo da Paz

  • Adriano foi sepultado no Campo da Paz

    Adriano foi sepultado no Campo da Paz

  • Adriano foi sepultado no Campo da Paz

    Adriano foi sepultado no Campo da Paz

  • Adriano foi sepultado no Campo da Paz

    Adriano foi sepultado no Campo da Paz

Familiares e amigos se despediram, na manhã desta terça-feira (9), de Adriano Ferreira Machado, fundador e presidente do Instituto Mão Amiga, morto na última segunda-feira (8) em um crime que chocou a cidade de Campos. Ele foi assassinado a golpes de cavadeira, ferramenta usada na construção civil, em um imóvel na rua da Paz, no Novo Jóquei, onde funcionava a sede do Instituto. Após o velório na 1ª Igreja Batista do IPS, o corpo de Adriano foi sepultado no cemitério Campo da Paz. 
O principal suspeito de ter cometido o crime era um dos assistidos do projeto e trabalhava na obra da sede. De acordo com o delegado titular da 134ª Delegacia Policial, Geraldo Rangel, um homem se apresentou e é considerado testemunha. Ele disse que foi coagido a participar do crime. A polícia informou, ainda, que o mandado de prisão para o suspeito já foi pedido. Há previsão de sair nesta quarta-feira. 
Entre as mais de 200 pessoas presentes, estiveram alguns moradores e ex-moradores de rua ajudados pelo projeto social comandado por Adriano. Um deles, Ederson Aparecido Braga, mais conhecido como "Tchê Tchê Tchê", de 47 anos, se mudou de Juiz de Fora/MG para Campos há mais de uma década, e inicialmente trabalhou como ambulante, vendendo panelas e tapetes. Com o tempo, acabou ficando sem dinheiro e teve que morar na rua. Foi quando conheceu Adriano.
- Através do Mão Amiga, ele me ajudou muito. Matou minha fome. Hoje, fico devendo isso ao Adriano. Todo mundo me conhece como Tchê Tchê Tchê, mas muito antes disso tudo fui ajudado pelo Adriano. Quero que Deus dê um lugar a ele, porque ele matou minha fome, me deu roupa, cobertor... Uma vez ele me chamou para ajudá-lo no projeto e acabei não podendo, porque não tinha tempo, mas fiquei muito sentido por isso. Hoje, estou à disposição da família para tentarmos dar continuidade ao trabalho dele - disse Tchê Tchê Tchê.
Velório na 1ª Igreja Batista do IPS
Velório na 1ª Igreja Batista do IPS / Paulo S.Pinheiro
Irmã de Adriano, Cíntia Ferreira Machado, de 45 anos, confessou que ainda não sabe se dará continuidade ao Mão Amiga, mas pretende mantê-lo enquanto puder. "Vou continuar com a janta toda sexta-feira na Praça São Salvador até o estoque acabar. Era o desejo dele, continuar com o projeto. Mas depois que terminar o que temos guardado, não sei o que vou fazer ainda", ressaltou.
O pastor e vice-presidente do instituto Mão Amiga, Francisco Sarlo, lembrou que Adriano era uma pessoa muito simples e apaixonada pelos moradores de rua. "Ele viveu nas ruas por mais de 20 anos e conseguiu ser resgatado. Acreditava que poderia resgatar muitas outras pessoas. Eu entrei para ajudar o Adriano no projeto, mas ele que vestia a camisa. O conheci na igreja. Continuar com o projeto é muito difícil, pois o projeto era o Adriano", lamentou.
O crime – Adriano Mão Amiga, como era conhecido, foi assassinado a golpes de cavadeira, ferramenta usada na construção civil, em um imóvel na rua da Paz, no Novo Jóquei, onde funcionava a sede do Instituto. Segundo a Polícia, o crime aconteceu dentro da sede, e o corpo foi arrastado para a obra, na parte externa.
O carro de Adriano, uma Brasília amarela usada para distribuir comida para pessoas em situação de rua, foi usado para a fuga e para levar objetos de valor do local, mas acabou sendo encontrado ainda na segunda-feira, abandonado na estrada da Codin, com alguns pertences da vítima.
Investigação – Sem maiores detalhes o delegado relatou que os três (testemunha, suspeito e vítima) estavam na casa: “Ele (testemunha) confirma que viu o que aconteceu. A Polícia já tem uma linha de investigação e está aguardando alguns informes. Já fomos à casa de alguns parentes dele, para ver se alguém o convence a se entregar”.
Informações levantadas pela Polícia dariam conta de que duas pessoas teriam participado do assassinato e, depois, ficado por um tempo na casa. No local do crime foram encontradas roupas sujas de sangue e marcas de sangue no regulador de temperatura do chuveiro.
Saquinhos com resquício de um pó branco também teriam sido encontrados no local onde os assistidos ficavam. A testemunha teria contado que, após o crime, foi ameaçado e obrigado a dirigir o carro da vítima até o Parque Guarus, onde foi liberado.
Ação do projeto Mão Amiga
Ação do projeto Mão Amiga / Paula Vigneron

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