Em meio à onda de violência, Campos perde efetivo para o Grande Rio
Matheus Berriel e Daniela Abreu 03/05/2017 18:08 - Atualizado em 04/05/2017 18:19
8º BPM
8º BPM / Folha da Manhã
Em meio à intensa onda de assaltos que tem afetado Campos e região, o 8º Batalhão de Polícia Militar (BPM) passará a contar temporariamente com menos 40 policiais em seu efetivo. A informação foi confirmada pela assessoria de imprensa da Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro (PMERJ). Além do 8º BPM, o 36º BPM, em Santo Antônio de Pádua, cederá 20 policiais e o 29º BPM, em Itaperuna, disponibilizará 17. Segundo o comandante do 6º comando de Policiamento de Área, (CPA), coronel Lúcio Flávio Baracho, os policiais deverão reforçar, durante os meses de maio e junho, o policiamento em São Gonçalo e na Baixada Fluminense. Os policiais farão parte da “Operação Presença”, que tem como objetivo prevenir e reprimir o roubo de rua e a veículos nas áreas em que houver maior incidência desses delitos.
A notícia não agradou em Campos e segundo o presidente do Conselho Comunitário de Segurança, Ivanildo Cordeiro, deputados que representam o município na Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj) foram acionados para tentar resolver a questão. Para ele, a segurança não só em Campos, como em todos os municípios de cobertura do 8º BPM, pode ficar comprometida.
— Isso faz diferença. Nós aqui temos uma extensão territorial muito grande, é a maior do Estado e já com uma série de outras dificuldades que a unidade tem, perdendo esse efetivo vai prejudicar cada vez mais nossa região — disse Ivanildo.
A Câmara de Vereadores também foi notificada e para o policial militar licenciado e vereador Alonsimar Oliveira (PTC) a ação pode não ser provisória e ter prejuízos graves para o policiamento em áreas mais distantes. “Eles vão fechar DPO. Eles fazem isso, começam fechando DPO e aí deixa a comunidade mais afastada desprotegida”, disse. Nesta quinta, às 19h, o Legislativo campista irá debater a segurança em audiência.
O deputado Gil Vianna (PSB) disse que ele e os deputados Geraldo Pudim (PMDB), Bruno Dauaire (PR) e João Peixoto (PSDC) estiveram no comando da PM, na tarde desta quarta, e que a princípio 15 homens já estariam escalados para assumirem a nova escala, na manhã desta quinta. Eles deverão atuar durante o dia e na escala de 24 horas de trabalho por 48 horas de folga. Gil disse que não há prejuízo para o policiamento nas ruas, mas o policial perderá um dia de descanso, já que no 8º BPM, a escala é de 24 horas de trabalho por 72 de folga.
— Nós não aceitamos isso, mas estamos vendo o que pode amenizar essa perda, essa dor. Nós quatro estivemos conversando com o comandante (Geral da Polícia Militar) e ele disse que não tem jeito por que eles pediram 200 homens da Força Nacional e só vieram 100 e o clima está tenso no Rio. O que eu propus, para amenizar ao policial, é que haja revezamento e que o policial que vem essa semana não volte mais —, disse o deputado que frisou que haverá fiscalização dele e dos demais deputados da região, quanto ao posto de trabalho desses policiais.
O coronel Baracho disse que a princípio os policiais seriam enviados para a área de São Gonçalo e que pode ser que haja revezamento dos homens que serão enviados. Ele garantiu que não haverá prejuízo no policiamento em Campos.

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