Pitanga doce com preço azedo
10/11/2013 11:11

Uma fruta silvestre, saborosa, típica do Brasil e que pode ser encontrada em praticamente todas as regiões do país — na região, principalmente no município de São João da Barra. Mas a fragilidade da fruta e os altos custos com a colheita e com o transporte fizeram com que o preço fosse às alturas em São Paulo, por exemplo, chegando a custar R$ 100 o quilo. O problema ainda não chegou à região, pelo por enquanto, onde o preço ainda é considerado tolerável, em torno de R$ 20 o quilo, embora a produção não seja tão grande. Problema maior ocorre com a produção do caju, que continua baixa depois que a praga da mosca-branca atingiu a lavoura, há alguns anos, praticamente dizimando a cultura no município e demais cidades da região.

A pitanga é cultivada tradicionalmente em quintais domésticos. O seu plantio é feito simplesmente pela colocação de um caroço de pitanga no solo ou pelo transplante de uma muda até o local adequado. Dá-se bem em quase todo tipo de solo, incluindo os terrenos arenosos junto às praias. Na rodovia BR 356, na localidade de Cajueiro, em São João da Barra, onde pequenos produtores rurais cadastrados vendem os seus produtos, a pitanga tem sido o carro-chefe, vendida a R$ 2 reais u saquinho que pesa em torno de 100 gramas (R$ 20 o quilo). Apesar de ainda ser encontrada no município, os produtores alegam que a colheita deste ano foi pequena e muito trabalhosa.

— Não me espanta nada em saber que em São Paulo o preço da pitanga está em R$ 100 o quilo. Ela é uma fruta que é trabalhosa para colher e muito frágil, estraga com muita facilidade e o clima não ajuda. Por isso, muitos estão optando em produzir a poupa, que não dá prejuízo e é só congelar — disse o produtor Claudenir Magalhães, que há 17 anos trabalha vendendo frutas na beira da estrada.

Quem também não anda nada é o produtor André de Souza, que trabalha no local há 20 anos e há muito tempo vem observando que a produção da pitanga está cada vez menor. Ele também acha que a fruta tem um alto custo com mão de obra (a colheita é manual), e tem pouco tempo de vida útil, porque estraga facilmente.

— A gente está aqui por questões culturais, porque não temos muito lucro em vender a fruta. No verão o movimento é maior, mas neste período é fraco e ela estraga com muita facilidade. Por isso, também tenho aqui ela em polpa, para não ter muito prejuízo — disse ele.

São Paulo – No meio da semana passada, o alto preço da pitanga no Estado de São Paulo chamou a atenção do mercado de alimentos. Dos supermercados da capital, apenas quatro vendiam a fruta, com preços que impressionam, já que o quilo chegava a custar R$ 100 no Mercado Municipal. No num grande supermercado da capital paulista, por exemplo, a pitanga custa R$ 7,79 (100g), custo semelhante ao do mirtilo, importado (R$ 6,79, 100 g), uma das frutas mais caras disponíveis na rede.

Jane Ribeiro

Foto: Genilson Pessanha

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