Laudo psicológico aponta que Marcelo Pesseghini teve surto psicótico
08/09/2013 17:09

O laudo psicológico do estudante Marcelo Eduardo Bovo Pesseghini, de 13 anos, aponta que ele foi influenciado por uma série de fatores que os levou a matar os pais, a avó e a tia-avó e cometer suicídio.

O laudo psicológico do IC (Instituto de Criminalística) cita a culpa dos próprios pais por burlar leis e incentivar Marcelo a cometer atos ilegais. O sargento da Rota (tropa de elite da PM) Luís Marcelo Pesseghini, 40, teria ensinado o menino a manusear armas. A mãe, a cabo do 18º batalhão de Polícia Militar Andreia Regina Bovo Pesseghini, 36, teria ensinado o garoto a dirigir.

De acordo com a análise, esse conjunto de fatores prova a ausência de regras, "que primeiramente deve ser imposta pelo pai, que segundo a psicanálise é a lei".

Médicos chegaram a estimar que o garoto vivesse até os 4 anos devido a uma fibrose cística --doença degenerativa que ataca principalmente os pulmões e sistema digestivo. Posteriormente, afirmaram que, possivelmente, não chegasse aos 18.
Devido à doença, o menino era proibido pelos pais de brincar na rua e de sair com os amigos, o que o irritava.

O laudo aponta que vários fatores levaram o menino a ter um surto psicótico e cometer a sequência de assassinatos. Marcelo era um menino “de poucos amigos, que passava horas jogando videogame, especialmente o violento ‘Assassins Creed’”, no qual o personagem principal é um assassino de aluguel. No jogo, entretanto, se o jogador matar pessoas inocentes poderá ser punido, segundo o laudo.

O texto diz que a atenção excessiva do menino ao jogo reflete uma tentativa de fuga da realidade. Isso o fez criar um grupo com amigos da escola chamado “Mercenários”, cujo objetivo era matar desafetos, inclusive membros da família.
De acordo com a conclusão psicológica, os pensamentos de se tornar um matador de aluguel passaram a se tornar persistentes, confundindo a realidade com a fantasia.

Ainda segundo o laudo, o garoto ainda poderia ter assassinado outras pessoas. A intenção dele era se ver livre de todos que o oprimiam. Um vídeo que mostra o menino chegando à escola após matar os pais demonstraria que ele teria encarnado o personagem matador, o que “ficou certificado através de passadas largas.”

O laudo explica que isso prova que ele ainda tinha a intenção de matar alguém que, segundo as investigações da Polícia Civil, seria a diretora do colégio Stella Rodrigues, na zona norte da capital paulista. Amigos do garoto relataram à polícia que ele já havia relatado por diversas vezes a intenção de matar a família.


Fonte: Folha de São Paulo

ÚLTIMAS NOTÍCIAS

    BLOGS - MAIS LIDAS