O Republicanos, que já sinalizou apoio à reeleição de Wladimir Garotinho, pode viver um impasse na definição do nome (ou dos nomes) que representará (ão) o partido na disputa em 2024 de cadeiras na Câmara Municipal.

O presidente estadual do Republicanos é Wagner Carneiro, o Vaguinho, atual prefeito de Belford Roxo. Ele, em tese, detém o comando. Mas a Igreja Universal do Reino de Deus (IURD) exerce forte ingerência sobre a sigla.

A dualidade no controle respinga nas eleições em Campos. É que embaralha, por ora, a hipótese de uma nova candidatura a vereador de Anderson de Matos, o atual líder da oposição no Legislativo.

Anderson é pastor da Igreja Universal. Foi o 2º vereador mais votado em 2020. Mas, prevalecendo a ótica da IURD, adotada em outras eleições, a vaga de candidato à Câmara não lhe é garantida. Deve ser ocupada por um outro membro da denominação evangélica.

O cenário de não repetir candidaturas a vereador dos seus quadros, como faz a IURD em Campos, pode, no entanto, mudar. Isto se Waguinho impor que quem dá as cartas no partido é ele e não o ex-deputado federal Carlos Rodrigues, o Bispo Rodrigues.

Para Anderson, o problema é que, por decisão de Vaguinho, ele pode ganhar a vaga e disputar a reeleição. Mas correria o risco de não contar com a sinalização do Bispo Rodrigues aos fiéis da Igreja em dar-lhe o voto.

Vale dizer que Waguinho está em rota de colisão com a Igreja Universal. Em entrevista ao Globo, assegurou que não aceitará interferência do Bispo Rodrigues na definição de candidaturas.

Waguinho disse mesmo que tem autonomia para tocar o Republicanos de forma que não seja mais visto no Estado do Rio de Janeiro como um partido de igreja. “Tem que ser visto como um partido da política”, pontua.