Ânimo pela reação da economia
Paulo Renato Porto 04/12/2019 21:45 - Atualizado em 10/12/2019 16:15
O crescimento da economia com o resultado positivo do PIB em 0,6% no terceiro trimestre frente aos três meses anteriores e acima das expectativas dos analistas, além do aumento da produção industrial pelo terceiro mês seguido, que registrou alta de 0,8% em outubro, além dos seguidos índices que indicam recuperação do mercado de trabalho, trazem mais ânimo aos agentes econômicos e representantes dos setores empresariais de Campos. Entre os segmentos que registraram desempenho positivo está a construção civil (+1,3%).
O presidente regional da Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan), Fernando Aguiar, disse que a entidade trabalha com um cenário otimista para 2020.
— As notícias inclusive confirmam expectativas traçadas através de estudos da própria Firjan. No Estado do Rio alguns setores como o petróleo já saíram na frente. A construção civil já também traz sinais de reação, ainda que de forma mais lenta. Esse aquecimento para nós aqui da região é animador porque o setor cerâmico, que depende do desempenho da construção, já começa a registrar maior movimentação — avaliou.
Fernando Aguiar reconhece as dificuldades de recuperação da economia fluminense em razão da situação das finanças estaduais. “Outros estados já estão avançando para uma recuperação antes mesmo do Estado do Rio. Mas há sinais de uma retomada. O setor metal mecânico, por exemplo, com a reação do mercado do petróleo, também já demonstra sinais de recuperação”.
Empresário da construção civil, Rafael Tenório, da Solo Incorporações, avalia que 2019 já representa uma animadora reação em relação ao ano anterior. E as expectativas para 2020 são ainda melhores. “Este ano nós tivemos uma comercialização em torno de 100 imóveis residenciais, algo próximo a 200% de aumento em relação a 2018. E para 2020 trabalhamos com uma expectativa de superar a marca com a venda de 300 unidades”, disse.
Rafael acredita que mantidas as medidas adotadas este ano, como a queda nas taxas de juros, a economia tende a deslanchar para uma recuperação consistente. “Com a baixa nas taxas de juros, o rentista não se sente atraído em aplicar seu dinheiro porque as taxas de rentabilidade não são mais tão atraentes. Então, ele acaba optando por investir na aquisição de bens como imóveis”, analisou.
O empresário também avalia como efeito positivo na redução das taxas de juros a maior facilidade para quem pretende adquirir um imóvel através de financiamento para fins de moradia. “Em media cada 1% de percentual a menos na taxas de juros beneficia o cliente com 10% a menos no valor da prestação de um imóvel financiado a longo prazo”. 
Números positivos no ramo imobiliário
Outros indicadores e medidas como o consumo das famílias que cresceu 0,8% e a liberação dos saques do FGTS também trazem novo ânimo e convicções de que os tempos ruins já são coisas do passado. Além da construção civil, as atividades imobiliárias também registram crescimento (0,3%). Geraldo Emmanoel, da MacTerra, outro empresário da construção civil, admite que 2019 superou os anos anteriores e aponta perspectivas otimistas para 2020, enfatizando também como fundamental a redução das taxas de juros para uma reação na economia.
— Nosso setor, que é bastante segmentado e atende uma clientela de diferentes camadas, vinha sofrendo com uma paralisia terrível. A recuperação da economia é lenta, a própria retomada da geração de empregos é acanhada. O próprio empresário ainda está evitando colocar o pé inteiro no rio para não se afogar. Mas o ano de 2019, se não foi excelente, em comparação com o período de 2016 a 2018 trouxe alguns indicadores positivos com reflexos em no setor imobiliário. Nós, em plena crise, lançamos um empreendimento de grande porte, um condomínio de terrenos (Cidade Jardim, no final da Avenida 28 de Março), onde, em 12 horas, vendemos 400 unidades. Numa segunda etapa já comercializamos 50% das vendas. Então, há esperança de perspectivas melhores, sim, para o próximo ano. Neste contexto, entre outras medidas, a queda nas taxas de juros foi a pedra fundamental para reação — opinou o empresário.

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