Festa de Santo Amaro reúne fiéis em tradição que atravessa gerações
O distrito de Santo Amaro, na Baixada Campista, está em festa nesta quarta-feira (15), quando é celebrado o dia de Santo Amaro. Todos os anos muitos campistas fazem a caminhada até a localidade, demonstrando fé e devoção ao padroeiro da Baixada Campista. Neste ano, em que é comemorada a 292ª edição da tradicional festa, não foi diferente.
O distrito de Santo Amaro, na Baixada Campista, está em festa nesta quarta-feira (15), quando é celebrado o dia de Santo Amaro. Todos os anos muitos campistas fazem a caminhada até a localidade, demonstrando fé e devoção ao padroeiro da Baixada Campista. Neste ano, em que é comemorada a 292ª edição da tradicional festa, não foi diferente.
Integrante do calendário do turismo religioso do estado do Rio de Janeiro, a Festa de Santo Amaro foi iniciada com a construção da primeira capela dedicada a santo, em 1733. Trata-se de uma devoção trazida pelos monges beneditinos, presentes na região desde 1648.
Quarenta quilômetros separam o Centro de Santo Amaro, distância que não assusta fiéis que têm bençãos a agradecer. Muitos são os que acreditam ter sido ele que intercedeu pela realização de curas de doenças e problemas graves.
A devota Cremilce Fidélis conta seu filho sofreu de um quadro grave de apendicite, mas com sua fé em Santo Amaro alcançou a cura e vêm sempre agradecer.”Tenho muita fé em Santo Amaro, eu e meu esposo, porque Santo Amaro fez muitos milagres nas nossas vidas. Meu filho estava com quatro anos de idade em 2004, e sofreu de apendicite supurada. Perguntei ao médico se era grave a situação dele e o médico falou, você tem fé em Deus? Eu falei, eu tenho fé em nossa senhora, em Santo Amaro. Ele falou, pronto, então seu filho vai ser curado. E meu filho foi salvo. Levou três meses no Ferreira Machado e hoje em dia está com 26 anos, com a graça de Deus, com saúde. Isso é muito gratificante”, contou Cremilce.
Um dos fiéis presentes pode dizer que dá voz ao festejo. Sandro Lima, locutor há 46 anos da Festa de Santo Amaro, anuncia presenças, dá recados e informa os presentes sobre a programação.”Eu já faço parte da festa do glorioso Santo Amaro há 46 anos. Esse aqui é o padroeiro da Baixada. A gente só tem que a agradecer a Deus por tudo isso que está acontecendo nesse ano de 2025. Nós tivemos circuito religioso vindo da praça do Santíssimo Salvador até a Santo Amaro. Muita gente caminhando para fazer a sua chegada aqui as portas do santuário, para fazer o seu agradecimento. São 292 anos de fé”, falou.
A fiel Valéria Ferreira relata que sempre comparece a Santo Amaro nesta época do ano, mas em 2025 veio pedir pela saúde do irmão doente.”Viemos em todas as festas por veranear no Farol desde criança. Aprendemos isso com nossos pais e essa fé continua perpetua. Sempre venho aqui, faço os pedidos e agradeço. E hoje nós estamos aqui pedindo a Santo Amaro pelo nosso irmão, que é super devoto de Santo Amaro e se encontra em um leito. Está doente e nós viemos pedir por ele”, contou.
Rosângela Carvalho vem do centro de Campos e distribui livros de oração em frente à Igreja de Santo Amaro para pagar uma promessa, uma benção alcançada.”Nós fizemos um propósito de distribuir livros de oração. Tem o terço da misericórdia, o texto mariano de diversas orações também. Viemos ano passado, distribuímos, voltamos esse ano e pretendemos daqui para frente todo ano vir agradecer Santo Amaro”, falou.
Muitos são os fiéis que vão até Santo Amaro em uma tradição que passa de gerações a gerações. É o caso de Márcio Eduardo, que comparece há quase 60 anos.”Venho há 58 anos. Mantenho essa tradição de vir aqui desde criança, com meus avós e meus pais. E vai passando geração em geração. A gente da Baixada tem que prestigiar a importância do nosso padroeiro da Baixada, Santo Amaro, intercedendo por nós, os nossos problemas, nossas doenças”, contou.
O escritor e professor Aristides Soffiati, colunista da Folha da Manhã, relata que compareceu neste ano por uma questão cultural e para saber como a festa é realizada atualmente.”Não sou católico, não posso dizer que tenha feito isso por alguma devoção. Fiz esse trajeto até por uma questão cultural, por apreciar muito o mundo católico, por ter nascido, crescido e estar vivendo nele. Admiro muito essa festa. Acho fantástico que a gente tem uma romaria desse porte aqui, marcando bem a cultura cristã em que a gente vive, apesar de a cultura ter nascido em outra parte do mundo. Vim dessa vez com a finalidade de examinar, de conhecer o movimento, saber como é que esse movimento continua nos dias de hoje”, disse Soffiati.
O campista Yuri Reis conta que veio, de bicicleta, acompanhar pela primeira vez a festa.”É a primeira vez que a gente vem para Santo Amaro. A gente saiu de Campos e dá uns 35 quilômetros para cá e a gente veio de bicicleta. Então foi uma relação mais de agradecer pela saúde. Foi uma experiência bacana. O dia está ajudando porque não está muito calor. E ver aqui os fiéis todos, tanto no caminho para cá como aqui mesmo, fazendo as suas preces, é uma coisa interessante de se participar”, disse Yuri.
O ponto alto da festa sempre acontece no dia 15 de janeiro por ter sido a data da morte de Santo Amaro, no ano 584, aos 72 anos, na França. No distrito de Campos, nesta quarta-feira, há missas marcadas para às 13h, 15h, 17h e 19h. A procissão acontecerá às 18h, seguida da Missa Campal, às 19h. A última atração será o Evangeliza Show, com a banda Novo Céu, às 21h.