Professora assassinada em academia tinha medida protetiva contra ex-marido
Virna Alencar e Camilla Silva 04/07/2019 17:53 - Atualizado em 08/07/2019 13:28
  • Familiares e amigos se despedem de Regiane

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A professora Regiane da Silva Santos, de 36 anos, morta a tiros na noite dessa quarta-feira (3), dentro de uma academia, no distrito de Travessão, em Campos, estava sob o amparo de três medidas protetivas, sendo a mais recente requerida em maio deste ano. Segundo a Polícia Civil, a vítima solicitou a proteção na 148ª Delegacia de Polícia (Italva), onde informou ter sido vítima de ameaça, lesão corporal e injúria, imputando os crimes ao marido. O corpo de Regiane foi sepultado na tarde desta quinta-feira (4), no cemitério de Travessão, na localidade de Arraial. Os pais da vítima e pelo menos duas das três filhas que ela teve com o suspeito do crime participaram do velório realizado na Igreja Batista da localidade.
Segundo a polícia, em janeiro e dezembro de 2018, Regiane buscou por amparo legal, mas, não sendo suficiente, voltou a relatar os casos de violência em maio deste ano.
Na noite do crime, parentes de Regiane contaram que ela morava com o marido em Cardoso Moreira e depois de se separar, teria vindo para Campos, onde passou a morar com os pais, em Travessão. Ainda de acordo com a PM, a mulher, enquanto recebia socorro, teria apontado o ex-marido como o autor dos disparos. Com isso, o homem, que até o momento não foi encontrado, é apontado como principal suspeito do crime.
Logo após o homicídio, a Polícia Militar recebeu a informação, de um caminhoneiro, de que um homem teria se matado na estrada do Periquito, que liga a BR 101, na altura de Travessão, à BR 356, em Sapucaia. O suicídio, no entanto, foi descartado pela polícia.
A Polícia Civil informou ainda que, até o momento, não dispõe de nenhuma imagem da cena do crime. Até o final da tarde desta quinta-feira, nenhuma testemunha havia sido ouvida formalmente na 146ª Delegacia de Polícia (Guarus), onde o caso segue em investigação.
Durante o velório e sepultamento, centenas de familiares e amigos se despediram de Regiane, que era professora de uma escola infantil da rede particular. “Quando nós soubemos do crime, não quisemos acreditar que era ela. Todo mundo aqui conhecia ela e ficou muito triste com a notícia. Como ele tem coragem de fazer isso com a mãe das filhas deles? Não dá para acreditar…”, contou uma amiga da vítima, que pediu para não ser identificada.
Crime — Regiane foi assassinada com cinco tiros, três no tórax, um nas costas e outro na mão, por volta das 20h, dentro de uma academia, na rua Vicente Pelegrini, no distrito de Travessão. Ela não resistiu aos ferimentos e morreu antes de ser levada para a unidade hospitalar.
Campanha nas redes cobra punição
Campanha nas redes cobra punição / Divulgação
Nas redes sociais, mulheres do município realizam uma campanha para cobrar punição para o autor do crime. A foto de Regiane foi compartilhada ao lado das frases “somos todas Regiane” e “Parem de nos matar”, chamando a atenção para a violência sofrida por mulheres no município.
Este é o terceiro caso em que uma mulher foi morta e o ex-companheiro apontado como autor do crime. Uma jovem de 23 anos foi assassinada a tiros na localidade de Donana no dia 2 de abril. Tamires Ramos Martins voltava da escola, quando foi abordada por um homem, que, segundo a Polícia Militar, seria o ex-namorado da vítima. Ele se apresentou à polícia e foi preso. Em 11 de janeiro, o corpo de Zeli Aparecida de Lima, que estava no chão ao lado da cama, foi encontrado pelos filhos. A casa fica atrás do “Restaurante da Família”, no Centro de Campos, que pertencia à vítima. O caso foi registrado como feminicídio qualificado por asfixia e o ex-marido da vítima, que é apontado como suspeito, continua foragido.

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