Polícia indicia ex-presidente do Flamengo por mortes de atletas no Ninho do Urubu
11/06/2019 12:15 - Atualizado em 17/06/2019 20:29
Vítimas do incêndio no Ninho do Urubu
Vítimas do incêndio no Ninho do Urubu / Divulgação
A Polícia Civil do Rio de Janeiro indiciou por homicídio com dolo eventual — quando se assume o risco de matar — o ex-presidente do Flamengo Eduardo Bandeira de Mello e outras sete pessoas pelas mortes de 10 atletas no incêndio no Centro de Treinamento do clube, em fevereiro deste ano.
O inquérito, assinado pelo delegado Márcio Petra, também pede o indiciamento por dolo eventual de engenheiros do Flamengo e da empresa NHJ, responsável pelos contêineres, além de um técnico de refrigeração. Outros três atletas ficaram feridos na ocasião.
A assessoria de imprensa do Flamengo não se pronunciou. O ex-presidente do Flamengo Eduardo Bandeira de Mello disse que ainda não tinha sido notificado e, por isso, não podia se manifestar.
Na investigação, a polícia observou as seguintes questões:
— Conhecimento de que diversos atletas da base residiam no contêiner;
— Estrutura incompatível com a destinação (dormitório);
— Contêiner com diversas irregularidades estruturais e elétricas;
— Ausência de reparos dos aparelhos de ar condicionado instalados no contêiner;
— Ausência de monitor no interior do contêiner;
— Recusa de assinatura do TAC proposto pelo Ministério Público do Rio de Janeiro para que fosse regularizada a situação precária dos atletas da base do Flamengo;
— Piora das condições do alojamento dos jogadores da base, inclusive, no que se refere a segurança contra incêndio, assinalada nos autos de uma ação civil movida pelo MPRJ;
— Descumprimento da ordem de interdição do CT editada pela prefeitura por falta do alvará de funcionamento e do certificado de aprovação do Corpo de Bombeiros;
— Múltiplas multas impostas pelo município diante do descumprimento da ordem de interdição;
— Causa entre o cenário exposto e o incêndio.
Relembre o caso — No dia do incêndio, os jovens dormiam em um alojamento improvisado com contêineres quando o fogo destruiu a estrutura. O laudo da Polícia Civil sobre a tragédia aponta que as chamas foram causadas por um curto-circuito em um dos aparelhos de ar-condicionado. O material do revestimento dos módulos permitiu que as labaredas se alastrassem.
Fonte: G1

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