Chequinho: MP pede prisão de Garotinho
Aldir Sales 02/06/2017 19:01 - Atualizado em 04/06/2017 14:26
Juiz observou que Garotinho deverá comparecer aos demais atos
Juiz observou que Garotinho deverá comparecer aos demais atos / Folha da Manhã
O promotor Leandro Manhães pediu a prisão preventiva do ex-governador Anthony Garotinho (PR) no âmbito da operação Chequinho. A promotoria entende que houve constrangimento de testemunhas e que Garotinho ultrapassou os “limites da liberdade de expressão ao estimular demasiadamente seus aliados e simpatizantes contra as testemunhas do processo, incluindo o delegado (da Polícia Federal) Paulo Cassiano”. O documento foi publicado no blog da jornalista Clícia Cruz. A decisão sobre o pedido do Ministério Público agora vai para as mãos do juiz interino da 100ª Zona Eleitoral de Campos, Glaucenir Oliveira, o mesmo que mandou prender o ex-secretário municipal de Governo em novembro do ano passado. 
Leandro Manhães lembrou de Beth Megafone, considerada uma das principais testemunhas da Chequinho, que relatou ter sido ameaçada de morte. Ainda segundo o promotor, “a prisão preventiva (...) é imprescindível para a garantia da ordem pública e para assegurar a instrução processual”. A promotoria argumenta, ainda, que “as testemunhas de defesa ainda serão ouvidas (...), que precisam estar bastante isentas e sem pressões por parte do réu”.
Ainda segundo Leandro, Garotinho “mesmo à distância, continua a insuflar sua militância contra os atores processuais, incluindo testemunhas, valendo-se da mentira, o que configura deslealdade processual e litigância de má-fé, como já decidido pelo TRE”.
Em nota, o advogado Fernando Fernandes, que representa a defesa de Garotinho, disse que o promotor Leandro Manhães “está desafiando a decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) que deu liberdade de manifestação ao ex-governador Anthony Garotinho. A testemunha do processo, a radialista Elizabeth Gonçalves, conhecida como ‘Beth Megafone’, que se diz ameaçada em depoimento a Polícia Federal do dia 31 de maio já foi ouvida pela Justiça no processo de Garotinho. Portanto é descabida a declaração de suposta ameaça. Nos causa estranheza o Ministério Público esperar a mudança do juiz, em razão das férias do magistrado Ralph Manhães. É importante destacar que o juiz Glaucenir de Oliveira está evidentemente impedido, pois responde por denunciação caluniosa uma vez que disse ter sido subornado pelo ex-governador”.
Na última semana, o Tribunal Regional Eleitoral (TRE) encaminhou para a 100ª Zona Eleitoral o processo da investigação sobre uma possível tentativa de suborno de Anthony Garotinho e do filho, Wladimir Matheus, a pessoas ligadas Glaucenir para impedir a prisão do ex-governador durante o desenrolar da operação Chequinho no final do ano passado. A denúncia foi feita pelo próprio magistrado, que também respondia pela 100ª ZE à época.

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