Demora em projeto do vale alimentação causa desconforto entre governistas
26/07/2022 14:15 - Atualizado em 26/07/2022 16:26
Servidores protestam na Câmara
Servidores protestam na Câmara / Rodrigo Silveira
A demora para o retorno à Câmara do projeto de lei sobre o vale alimentação para os servidores municipais tem causado incômodo até mesmo dentro da base governista. Aliado do prefeito Wladimir Garotinho (sem partido), Cabo Alonsimar (Podemos) afirmou que a situação tem diminuído a credibilidade dos vereadores perante a categoria e convocou os trabalhadores a acampar na sede da Prefeitura se o texto não chegar ao Legislativo até agosto.

— Mas tem um lamparão, um cabrunco, um governo municipal que está fazendo a credibilidade dos vereadores da base com os servidores, crescer igual rabo de égua: para baixo. Essa proposta está sendo discutida há mais de 20 dias e já era para estar nesta Casa. Quero descobrir quem é esse lamparão no nosso governo que não deixa o que é acordado vir para essa Casa. Não foi colocado em pauta porque o prefeito, o Executivo, o lamparão, cabrunco no governo não mandou, então não tem como colocar em pauta. Concordo que estão fazendo o servidor de palhaço, que estão enchendo essa Casa todos os dias. Se até agosto essa proposta do auxílio alimentação não retornar, vou convocar os servidores para acamparmos na prefeitura — disse Alonsimar, que também está em pré-campanha a deputado federal.

Nas últimas semanas, a categoria tem lotado o plenário da Câmara, pressionando por melhores condições. Um dos pontos mais sensíveis era o retorno do vale-alimentação. O prefeito chegou a enviar um projeto de lei com valores escalonados, podendo ser de R$$ 200, R$ 300 ou R$ 400, dependendo da faixa salarial. A bancada de oposição preparava uma emenda com R$ 400 para todos os servidores. Sem maioria na Casa, o governo recuou e retirou a proposta da Câmara.

De acordo com a presidente do Siprosep, Elaine Leão, a entidade apresentou uma proposta de R$ 400 para quem tem salário-base até R$ 3.409 e R$ 200 para quem recebe entre R$ 3.410 e R$ 4.600, e que foi aceita pela equipe da Prefeitura.

Na última semana, a Câmara também aprovou uma indicação legislativa, por unanimidade, para que a Prefeitura faça um aporte à Previcampos para que os aposentados e pensionistas do município recebam uma complementação previdenciária. Fred Machado (Cidadania), integrante do grupo de oposição, lembrou desse projeto e também reclamou da demora.

— Esse pessoal que está aqui (os servidores) não pode ficar esperando. Onde estão o abono de R$ 2 mil (aos aposentados e pensionistas) e o vale alimentação? Não é culpa sua (presidente Fábio Ribeiro). Se tiver de colocar nas costas de alguém essa situação não é do Legislativo, é do Executivo. Temos que pressionar. E onde estão? Acho que temos que seguir o acordo do sindicato que representa a categoria. Esperamos o aporte da Prefeitura ao Previcampos para dar o vale de R$ 2. Vai poder? Vai. Se não vai, não vai. Teríamos que ir todos os dias para o auditório da prefeitura chamar pelo prefeito.

Vice-presidente da Câmara e aliado do prefeito, Juninho Virgílio (União) reclamou de vereadores da oposição que, mesmo diante do acordo entre Siprosep e Prefeitura, ainda querem a manutenção da proposta de vale alimentação de R$ 400 para toda a categoria.

— A situação do vale está realmente ficando cansativa e está demorando. Mas veio a primeira proposta do governo de escalonamento e que ninguém foi de acordo. Veio proposta aumentando teto, mas mantendo o escalonamento e não foram de acordo. Depois dessas tentativas, o Siprosep fez uma proposta de dois escalonamentos, de R$ 400 para quem recebe até R$ 3.409 e outro de R$ 200 para quem ganha até R$ 4.600. E a oposição diz que não vai votar, que só vota se for R$ 400 para todos. Então, temos que ver quem quer votar para o servidor, junto com a proposta do Siprosep, ou quem quer jogar para a galera.

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