Com abraço ao prédio de Ao Livro Verde, campistas defendem sua história
Matheus Berriel e Ingrid Silva 30/06/2023 21:54 - Atualizado em 30/06/2023 22:24
Abraço a Ao Livro Verde
Abraço a Ao Livro Verde / Rodrigo Silveira
Cerca de 25 pessoas participaram de um abraço ao prédio de Ao Livro Verde na tarde dessa sexta-feira (30), no Centro de Campos. Realizado por campistas oriundos de diferentes setores da sociedade civil, o ato foi mais uma demonstração de apoio à livraria mais antiga do Brasil, fundada em 1844 e que corre sério risco de fechamento, inclusive com pedido de falência tramitando na 5ª Vara Cível de Campos.
Envolvida na organização e no compartilhamento do ato nas redes sociais, a presidente da secsional campista da Academia de Letras do Brasil (ALB), Sol Figueiredo, definiu o abraço à Ao Livro Verde como um momento de esperança.
— Existem outras livrarias do Brasil que também declararam falência e conseguiram resolver esse problema. Agora mesmo vai reabrir a livraria Cultura, em São Paulo. Então, a nossa esperança é de que Ao Livro Verde também consiga resolver essa questão. A gente tem esperança de que a legislação, o poder público, o Congresso, alguém tenha alguma coisa para que a gente consiga salvar espaços como esse que estão fechando por falta de apoio público — disse Sol.
A importância do ato foi enfatizada pelo jornalista Vitor Menezes, que também já havia usado suas redes sociais para alertar sobre a possibilidade de fechamento de Ao Livro Verde.
— É o mínimo que a gente pode fazer para demonstrar que esse é um patrimônio querido, amado pela cidade. Uma frente como essa ajuda a legitimar as ações que venham a ser tomadas em defesa da livraria, inclusive ações públicas. Às vezes, as pessoas têm dúvida, confundem o público com o privado, pensam que é só uma livraria, que não tem problema fechar se não está dando lucro. Mas, esse não é um problema só dos donos: é problema da sociedade inteira. Uma cidade desse porte, com a memória histórica que tem, não pode ficar em silêncio numa situação dessa. Então, quando a sociedade diz que apoia as iniciativas que vierem a ser tomadas para salvar a livraria, sejam privadas ou públicas, eu é uma sinalização importante. A gente não pode abrir mão de um patrimônio como esse — afirmou Vitor.
Três dias após mencionar na Câmara Municipal que seu primeiro emprego com carteira assinada foi em Ao Livro Verde, o vereador Nildo Cardoso voltou a vestir uma camisa da livraria e reforçou o movimento. Ele é um dos 14 vereadores que já assinaram um documento destinado ao Conselho de Preservação do Patrimônio Histórico de Campos (Coppam), com aprovação unânime na Cãmara, para que Ao Livro Verde seja tombada, e não apenas o seu prédio, já considerado patrimônio campista desde 2013.
— Já fiz contato com a Auxiliadora Freitas, presidente do Coppam, e estive com a Procuradoria do município, para também nos ajudarem a elaborar um projeto para que a gente possa apresentar. Estou fazendo contato com o prefeito (Wladimir Garotinho), buscando através do conhecimento do presidente da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj), Rodrigo (Bacellar), para também nos ajudarem a encontrar uma alternativa. Nós estamos falando da livraria mais antiga do Brasil, que não podemos perder — ressaltou o vereador.
Outro a marcar presença foi o presidente da Câmara dos Dirigentes Lojistas (CDL), Edvar Júnior, que no último dia 13 organizou um café da manhã com lideranças empresariais, da cultura, do turismo e da imprensa de Campos para tratar sobre o tema.
— Temos que buscar um caminho. Eu vejo, talvez, um caminho pela municipalidade, já que em Campos temos um aeroporto municipalizado. Quem sabe uma livraria com um espaço cultural municipalizado? Ele poderia ser um espaço agregador de novos escritores e autores campistas, um ponto de encontro da intelectualidade, isto sempre foi a marca — comentou Edvar.

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