Engenheiro civil aposentado, após mais de 50 anos de atuação nesse ramo, o mineiro Ernani Motta Amorim resolveu aproveitar o tempo vago para pôr em prática a sua criatividade. E tem se destacado enquanto artista plástico, com exposições já realizadas em Belo Horizonte, onde vive, e em Armação dos Búzios, na Região dos Lagos do Rio de Janeiro. Agora, Campos é o seu destino, abrindo nesta quinta-feira (29) uma mostra com 50 quadros na Galeria Femac. O coquetel de inauguração ocorrerá das 18h às 21h desta quinta, e a exposição se estenderá nos dois dias seguintes. Na sexta-feira (30), visitação das 9h às 19h, e no sábado (1º), das 9h às 13h. Entrada gratuita.

Diagnosticado com Parkinson há mais de uma década, Ernani Amorim nunca permitiu que a doença lhe paralisasse. Já aposentado, escreveu dois livros, entre eles um sobre a própria vida. Depois disso, decidiu comprar um material de pintura e se dedicar às artes plásticas. Para indicar que se encontrou no novo ramo, basta dizer que, atualmente, cinco das suas obras estão expostas em uma galeria na rua das Pedras, em Búzios.

— O que eu faço é arte abstrata contemporânea — explica Ernani. — São telas sem definição específica: cada um vê e identifica se gosta ou não. Se você gostou, geralmente a obra te remete a alguma coisa do passado, alguma viagem, algum amigo, alguma experiência. Não é que pareça, mas geralmente remete a alguma coisa, como um dos quadros me lembra um livro, tendo representatividade da educação. Não tem muita explicação. Teve uma noite em que acordei e fui pintar um quadro cuja inspiração me veio dormindo, sem eu nem saber o que era — conta o pintor.

A obra citada recebeu o nome de “Só Carolina não viu”, sendo um quadro que Ernani Amorim interpreta como a janela de uma casa do interior. Esse trabalho foi feito em homenagem ao cantor e compositor Chico Buarque de Hollanda, aniversariante do último dia 19, mesma data do aniversário de Ernani. Outro quadro homenageia a pintora, desenhista e escultora Tarsila do Amaral, uma das artistas centrais do movimento modernista.

Ao todo, Ernani Aorim traz para Campos 50 quadros, todos eles feitos com tinta acrílica sobre tela. Com traços fortes e modernos, as obras do mineiro chamam a atenção pelos contrastes em suas cores e pelas formas geométricas sutis, proporcionando uma linguagem contemporânea e impactante.