Anos 70. José de Souza, um motorista de táxi que fazia bico no rádio como repórter esportivo, gostava de chegar cedo na Emissora Continental para apanhar o material destinado às transmissões de jogos de futebol.
Na tarde de um sábado, quando foi pegar um pequeno transmissor, para levar para o estádio do Goytacaz, Souza enfrentou uma gozação de Luiz Paulo Ribeiro, o Ratinho, locutor da rádio.
Palavras de Ratinho: — Já vai, velho puxa-saco. Quer agradar ao patrão para não perder a boquinha, né?
José de Souza, que também prestava serviços à Justiça, andava armado. Daí que virou para Luiz Paulo e disse alto: — Olha aqui, rapaz! Ainda vou dar um tiro em sua cara. Eu exijo respeito... — Dá nada. Você é um velho broxa...
Carlinhos Manhães, operador de áudio, ouviu a conversa, desenvolvida na mais absoluta brincadeira. Mas chamou Zé de Souza e tramou pregar uma peça em Luiz Paulo.
Eles combinaram que Zé de Souza levaria uma bala de festim, no dia seguinte, quando chegasse para participar do programa de esportes.
Dito e feito. Assim que chegou, o “velho broxa” ouviu novamente a gozação de Luiz Paulo Ribeiro. — Chegou cedo, hein puxa-saco?
E José de Souza: — Rapaz, eu disse que lhe daria um tiro na cara se você voltasse com esta conversa. E vai ser hoje...
Ato contínuo, Zé de Souza saca um Taurus da cintura e atira. Luiz Paulo dá um grito: “Você me matou!!!”. E cai sentado no chão. O pessoal que estava por perto teve até dor de barriga de tanto rir.