Acordo de Garotinho com Castro passa por pacificação na Câmara de Campos
Arnaldo Neto 01/08/2022 17:50 - Atualizado em 01/08/2022 17:51

A declaração de apoio do ex-governador Anthony Garotinho (União) ao governador Cláudio Castro (PL), candidato à reeleição, surpreendeu muita gente durante a convenção partidária do União Brasil (aqui), no último domingo (31). Nos bastidores, porém, o trabalho foi de muita articulação e concessões de ambas as partes. Fontes do grupo garantem que Garotinho se comprometeu a cessar a onda de denúncias contra o atual morador do Palácio Laranjeiras. Por outro lado, Castro atuaria junto ao seu aliado Rodrigo Bacellar (PL) pela pacificação na Câmara de Campos, dando maior governabilidade ao prefeito Wladimir Garotinho (sem partido).

Com o presidente estadual do União, Waguinho, Garotinho interveio na candidatura de Marcelo Mérida (União). Com o apoio de Wladimir, o líder lojista chegou a assinar uma ata tendo seu nome homologado a federal, e divulgou nas redes sociais. No entanto, o político da Lapa disse que não seria factível, por exemplo, a deputada Daniela do Waguinho (União) disputar com um ex-secretário do marido, que é prefeito de Belford Roxo. Logo, ele também não disputaria com um ex-secretário do filho, lembrando que Mérida entrou no União sem seu aval, numa costura de Wladimir. Uma nova ata teria sido feita, sem o líder lojista na disputa.


Na corrida à Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj), o nome do vereador Juninho Virgílio (União) voltou a figurar como possível candidato. Tudo vai depender, até o registro da candidatura, da situação jurídica do ex-prefeito de São Fidélis Davi Loureiro (União). Que, como outros políticos, vive a expectativa do julgamento no Supremo Tribunal Federal (STF) sobre a aplicação das alterações na lei de improbidade. Caso o entendimento favoreça a Loureiro, ele será o candidato. Do contrário, Juninho estaria na corrida, contando com o apoio de Davi como coordenador de campanha, sobretudo no Noroeste Fluminense.

Ainda na corrida à Alerj, no União, o grupo garotista conta com a candidatura à reeleição de Bruno Dauaire. Na indefinição do segundo nome, Davi ou Juninho, o cálculo do grupo para a chamada “linha de corte” dos deputados estaduais está em 35 mil. Se Davi for o candidato, a expectativa é que ele saia de São Fidélis o do Noroeste com cerca de 15 ml votos, consiga uns 10 mil em Campos e conte com o apoio de Garotinho e da ex-prefeita Rosinha (União) para “completar” fora. Se for Juninho, a meta também seria cerca de 10 mil em Campos, mais o que Davi conseguisse transferir e a força do casal Garotinho para fechar nas cidades de fora.

Quem também fez as pazes com Castro foi a deputada federal Clarissa Garotinho (União). Ao menos por ora, é o nome escolhido pelo seu partido para a disputa ao Senado. Há quem aposte, porém, que a candidatura dela dependa ainda da situação jurídica de Garotinho até o dia do registro, que pode mudar com a conclusão, no próximo dia 5, do julgamento virtual no STF sobre as provas da Chequinho, em ação movida pelo ex-vereador Thiago Ferrugem. E também no processo que Davi Loureiro espera a definição, em relação à aplicação das alterações na lei de improbidade.

Dos bastidores do União à Câmara de Campos, como já revelado pelo blog Opiniões (aqui), se todos os acordos prosperarem, Juninho Virgílio seria o candidato a presidente da base governista. Na Casa, o clima está acirrado desde 15 de fevereiro, quando o líder da oposição, Marquinho Bacellar (SD), irmão de Rodrigo, foi eleito presidente para o próximo biênio, em eleição posteriormente anulada. A oposição é maioria, e tanta, inclusive, limitar já na Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO), em 5% o remanejamento do ano que vem. Nessa conjuntura, resta saber se o acordo entre Garotinho e Castro foi combinado com os Bacellar, e com os vereadores.

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