Marquinho: 'Com Carla ou sem Carla, teremos segundo turno em Campos'
Aluysio Abreu Barbosa, Edmundo Siqueira, Cláudio Nogueira e Mário Sérgio Junior - Atualizado em 27/04/2024 08:42
Marquinho Bacellar no Folha no Ar
Marquinho Bacellar no Folha no Ar / Genilson Pessanha
“Com Carla ou sem Carla, a gente tem segundo turno em Campos”. A declaração foi dada pelo presidente da Câmara de Campos, Marquinho Bacellar (União), em entrevista ao Folha no Ar, da rádio Folha FM 98,3, nessa sexta-feira (26). Pré-candidato a vereador, o irmão do presidente da Alerj também analisou as pré-candidaturas majoritárias à eleição municipal enfatizando o nome lançado pelo seu grupo, o da delegada Madeleine Dykeman. Ele disse que seu irmão Rodrigo Bacellar vai ter o candidato dele, porém nada impede que ele também apoio outros possíveis aliados. Para o futuro da Câmara, o atual presidente projetou que a oposição vai ter mais vereadores do que a base do governo e disse que a conta da situação em eleger até 20 parlamentares não fecha. Opositor ao governo Wladimir, Marquinho afirmou que a atual gestão não possui um marco para a cidade. O presidente da Câmara também analisou a reaproximação das famílias Garotinho e Vianna, o que disse achar nojento, e considerou o ex-governador Anthony e o deputado suplente Caio (MDB) como “falecidos” politicamente.
Eleição em primeiro ou segundo turno? — Com Carla ou sem Carla, a gente tem o segundo turno em Campos. Espero que seja com a pré-candidata nossa brigando lá no páreo. Mas se não que não for, que seja um candidato que a gente tem um pouco de ideias para somar e que nos respeite politicamente para gente poder andar junto. A gente não concorda com a ideia de fazer política do atual prefeito com o grupo politico do atual prefeito.
Análise de pré-candidaturas a prefeito — O Rodrigo, logicamente, vai ter um candidato dele. Mas Rodrigo, como figura de deputado estadual, representante do Estado, qualquer candidato que o chamar para um diálogo, ele entender que merece um apoio da figura dele, da imagem dele, das melhorias que ele trouxe para Campos, cabe. A gente tinha no tabuleiro o Thiago Rangel, que poderia ter uma aliança com a gente. A gente tem a Carla Machado, que poderia ter uma aliança com a gente. A gente tem a Madeleine, quer dizer, não tinha a Madeleine, tinha o Poubel, que era uma aliança por Campos ser muito conservador, a gente tinha essa ideia também. Só que, como eu disse, a política é nuvem, vai mudando. A gente tinha um empurrão de fora pra que Caio fosse o candidato nosso, mas eu fui um das resistências desde o começo, cansei de trabalhar com Caio em candidatura, em campanha, e falei isso com o Rodrigo. Tiveram duas reuniões e não avançou, graças a Deus, mas dentro do tabuleiro que se formou apareceu a Madeleine como uma surpresa muito boa, considero muito preparada e considero muito corajosa pra enfrentar um pleito desse. Tiago Rangel tem ideais que compactuam com o Rodrigo. Carla Machado tem, por estar lá deputada, uma convivência. Madeleine tem, Clodomir tem, Magal tem. Quem não tem diálogo com ninguém é a família Garotinho.
Disputa à Prefeitura - Agora ele (Wladimir) almejar, ele querer colocar alguém para disputar contra ele, a Prefeitura, é diferente. Ele tem que entender que eu não sou, não fui criado com ele no Palácio, não sou primo, não sou esses pelego que andam com ele. Acho que para vir candidato a prefeito, a pessoa primeiro tem que doar seu tempo, abrir mão da família. E acho que, segundo, tem que ter conhecimento amplo de todos os problemas da cidade. Eu acho que deve ter prioridade, maturidade para se colocar como prefeito da cidade de Campos. E o Wladimir não tem nenhum desses três. E chegou lá no voto. Democraticamente tem que ser respeitado. Eu não tenho vontade, não tenho ambição, não quero ser prefeito. Tenho uma filha de 1 ano e 2 meses, eu quero curtir a fase da minha filha, quero o meu tempo. Muito se especulou, se usou isso, se falou, mas minha posição particular, nunca quis. Falei, sou grupo. Se o grupo inteiro entendesse ‘Marquinho tem que ser você, senão não tem solução’, logicamente estou dentro, porque eu não sou de fugir do fogo, mas minha opinião particular hoje é eu não quero. Como eu disse, a pessoa tem que estar amplamente preparada com todos os problemas da cidade. O que não pode é a gente ser eleito para andar jet ski, para ficar chupando laranja em rede social e ficar fazendo gracinha com a comida o tempo inteiro. Ele (Wladimir) tem que entender que ele é prefeito de Campos e não Ana Maria Braga. Esse é o primeiro ponto para ser prefeito de Campos. Então, acho que isso, no momento, eu não quero. Eu quero tocar meu Legislativo, tocar minha função de presidente.
Nominatas — Pela primeira vez na história, a oposição vai ter mais vereadores do que a base do prefeito. Não só do grupo Bacellar, eu digo oposição ao prefeito de todos os candidatos. Acho que o PT, partido do presidente da República, tem potencial para fazer vereador. Thiago Rangel, com sua majoritária, o meu amigo Raphael Thuin, vice, tem potencial para fazer vereador. Nosso grupo pretende fazer um número elevado de vereadores. Então, a gente pode ter, não sei, estou falando aqui primeiro vendo a história também, mas não sei, já pode ter ocorrido, lógico, mas acho que de muito tempo não ocorre da oposição ter mais vereadores numa reeleição do que a base do prefeito. A gente trabalha para isso. Eu acho que não só o nosso grupo, os outros grupos também. Eu acho que eles (da base) vão ter uma câmara de vereadores dele no Cesec e a população vai ter outra no Palácio, porque a conta não fecha. Isso aí a gente tem que avaliar. Um partido dele não tem como fazer 12 vereadores. Eu acho que é isso. Ou a versão deles com duas câmaras, uma comandada pelo prefeito, como era dois anos antes de mim ali, no mandato de Fábio, e uma para a população. Porque eu vejo o nosso grupo potencial para fazer 10, talvez mais. Eu vejo o Thiago Rangel com o potencial, logicamente, de fazer mais. Também vejo a esquerda com o potencial de fazer.
Representatividade feminina - Em relação às mulheres, o pouco que eu consegui olhar das nominatas, eu acho que três, pelo menos, tem potencial real de estar lá dentro. Não estou diminuindo nem aumentando. Pelo que eu vi de algumas nominatas, eu acho que três têm potencial de estar lá dentro, sim. Pode ter a surpresa de ter mais, espero que tenha. A figura da mulher ali seria muito importante, até pra amenizar o clima, que quando a gente vê uma mulher, a gente primeiro vê a figura materna, aquele respeito, aquele negócio de não baixar o nível, que ter uma mulher no recinto, a gente sempre brinca isso. Isso é histórico, é uma falha histórica.
CPI da Educação — A CPI da Educação é sigilosa, está entre os membros da CPI da Educação. O que me espanta realmente é uma CPI investigativa, você tentar barrar ela judicialmente. A Câmara reverteu a decisão, a CPI continua em andamento, está chegando em sua fase final de prazo agora, tem que ser concluída, se não me engano, mês que vem, início desse mês logo. O que me espanta também é o prefeito falar que é ilegal, que usou trâmites errados no regimento da Câmara; o Leon ser conhecedor tão profundo do judiciário assim, e ser a solução, a importância dele de voltar para a Câmara para ser uma solução, para barrar uma CPI, é uma boa bandeira política para ele. Isso, em umas reuniões políticas, seria interessante ele falar que ele voltou para o cargo de vereador apenas para barrar uma CPI. Mas se eu cometi erro no regimento, se o Leon tá certo, eu queria perguntar por que a CPI continua em andamento e por que eu não fui afastado do meu cargo de presidente? Que muito se falou lá, aquele festival de ataques dos vereadores da base, que eu estou ditador, que eu atropelo o regimento, mas até agora não tem um processo movido contra mim, não tem nada de afastamento, não respondo a processo algum. Mas é isso, se eu estou errando tanto, se eu estou atropelando tanto, se eu estou cometendo um crime, por que ainda não fui afastado, não sofro algum processo?
Nível de embates — Acho que muito se questiona a forma de debater na Câmara. A diferença é, eu fui criado dentro de um sindicato, meu linguajar é mais direto, mais reto, mais popular. Eu não fiz curso de fala como o filho do Garotinho fez, o Wladimir, como o Caio fez. Não fui criado em palácio, não fui criado dentro de Prefeitura. Não preciso falar bonito para passar minha verdade, minha verdade é passada de forma direta e transparente, assim como eu aprendi com meu pai dentro de um sindicato. E muitos questionam: ‘você chamou o prefeito de frouxo’. Gente, frouxo, se for ofensa, eu preciso parar de conviver em sociedade. Porque quando eu digo frouxo, é quando você deixa de atender umas mães que precisam do leite especial, se tranca no seu gabinete e não vai lá fora dar uma atenção. Quando você corre do Siprosep, dentro do mercado, quando ele correu ao invés de dialogar. Quando ele corre dos trabalhadores do Camelô, que por articulação política, ele deu os boxes às lojas, às lideranças políticas dele e tirou trabalhadores que ali estavam há anos. Por isso que eu trato frouxo. Isso está dentro do meu discurso e vai se manter quando for necessário. E digo, minha verdade passa direto.
Poder dos Bacellar na Alerj e Câmara — A cidade evoluiu, e essa evolução muito passa pelo Governo do Estado, pelo meu irmão Rodrigo Bacelar. Eu acho que “o céu é o limite” é uma frase perigosa. Eu acho que o Rodrigo está no caminho certo, aquele evento (filiação no União Brasil) realmente mostrou poder de articulação muito grande. Eu sempre que sou indagado, quando perguntado de direita e esquerda, eu sempre falo que eu estou no meu primeiro mandato, se Deus quiser, estou pré-candidato para o segundo mandato, mas digo que a ideologia parte da pessoa e não do partido, a gente tem que defender o que a gente acha certo, defender o que a população precisa. Mas aquele evento realmente foi muito importante. O Rodrigo uniu lideranças ali de todos os lados políticos. Mostra, como eu disse recentemente, que a gente está no caminho certo de fazer política. Política é feita com diálogo, mas nunca deixando de manter sua posição firme do que você acredita, do que você acha certo. Mas o diálogo tem que prevalecer, o respeito tem que prevalecer quando vem de ambas as partes. E esse é o diferencial do grupo político Bacellar hoje, para o grupo político do Garotinho. A gente consegue dialogar com todos os grupos políticos que têm no tabuleiro da política, diferente do grupo Garotinho, que se fechou e se mantém fechado apenas entre eles, numa alternância de poder hoje na cidade. A política é feita com diálogo, mas lembrando, mantendo sua posição e nunca ficando em cima do murro, que o meu pai sempre ensinou.
Reação às críticas feitas por Garotinho — Logicamente, para defender o Rodrigo, só o próprio. Mas, como até falei com os colegas, eu acho que o Garotinho perdeu. Está completamente louco. Eu brinco que bater palma para maluco é algo que eu não quero fazer. Mas, acho que vou tentar a última resposto a Garotinho. Pelo meu grupo político, acho que quando ele fala de comer espinafre deve ser dinheiro público, que ele comeu muito dinheiro público, visto as cinco prisões, não só dele, como da esposa que ele fala. Eu espero que, para chegar a cargo de governador, ter que ser preso cinco vezes, espero que ninguém chegue, porque não desejo prisão a ninguém. Então, acho que quando ele trata espinafre, deve ser dinheiro público, e quando fala matéria que ele estudou, Rodrigo não estudou, deve ser essa, matéria de ensinar a desviar dinheiro público. Porque, exatamente, eu acho que o cara ter orgulho da trajetória política dele, com a quantidade de escândalos, seria vergonhoso. Eu acho que ele deveria se trancar no quarto escuro, como ele gosta de fazer, tomar seu rivotril e viver sua vida ali em paz, com a esposa, curtir a família e esquecer a política. Então acho que é isso, é um falecido político, infelizmente, era uma figura que era pra ser hoje respeitada por todos os campistas, por onde chegou, mas chegou lá torrando o dinheiro público, desviando o dinheiro público, isso é a justiça que diz, basta pesquisar no Google. E orgulho nenhum de ser da cidade de Garotinho, onde a gente vai e que fala que é de Campos, a primeira frase, nossa, cidade do Garotinho, aí você tem que dar risada e sentir vergonha, essa é a história de Campos na política com ele.
Reação às declarações de Wladimir — Acho que a primeira eleição do Rodrigo, a primeira pergunta que tem que se fazer é: Wladimir tem voto na Alerj? Será que se ele pedisse ao Bruno Dauaire para não votar em Rodrigo, isso ia acontecer? Essa é a primeira pergunta que tem que se fazer, porque Bruno Dauaire é ligado ao governador. E se o Executivo fosse a palavra final para se eleger um presidente do Legislativo, o Wladimir não teria Fábio Ribeiro na presidência da Câmara dos Campos? Então eu acho que logicamente o Executivo, o governador e o prefeito interferem muito numa eleição do Legislativo, mas não é a palavra final. Acho que o poder de articulação de Rodrigo ali foi muito grande. E logicamente que é um cargo que quem tem o preparo almeja, é um cargo importante. Mas a pergunta que fica é: Wladimir tem voto na Alerj? Wladimir tem deputado estadual na Alerj? Essa é a primeira pergunta que tem que se fazer. Hoje, se o Wladimir pedir para o Bruno sair da base do governador, o Bruno vai sair? E o porquê faria isso? Eu vejo o grupo todo de Wladimir hoje atacando o governador. Por que que o deputado que ele diz ser dele, Bruno Dauaire, não ataca o governador? Não mostra que o governador está deixando de fazer por Campos? Então essa é a primeira pergunta. Em relação a votos, o vereador mais votado da história de campus é meu pai. Eu, se eu não me engano, fui o terceiro ou o quarto mais votado no mandato meu de vereador. O Rodrigo, um dos mais votados para deputado estadual, dois mandatos. Meu pai, três mandatos. Acho que a questão de voto, se a gente está eleito com cadeira ou com mandato, a gente tem voto. A gente trabalha, a gente está com voto, a gente está com mandato. Então esse é o ponto.
Avaliação do governo — Eu pergunto à população e a vocês, qual o marco positivo do governo Wladimir em Campos? Na saúde a gente não tem marco algum, na educação não tem marco algum, no transporte. Qual o marco positivo? Asfalto no centro da cidade. Isso não é um marco para uma cidade como Campos. Então o que me preocupa é isso, ao invés de administrar os problemas da cidade, ele está preocupado em fazer os ‘petáculos’ dele em sua rede social e atacar o pessoal que não concorda com ele.
Postura nas redes sociais - São dois bordões que fixaram na população, ‘petáculo’ e ‘frouxo’. A oposição tem o seu bordão, que é o frouxo. E a base tem o dele, que é ‘petáculo’. Então acho que parte disso. Acho que a rede social não pode ser só midiática, visto que ele tem um cargo de prefeito. Eu penso assim, particularmente, acho que grande parte da população pensa assim, que eu escuto muito isso, recebo muito os vídeos dele, pessoas mandando. A população de Santo Eduardo ainda na lama, ele chupando laranja no restaurante, ele comendo um lanche no farol, sendo que o final de semana foi cancelado. Parte muito do que eu escuto das redes sociais em gabinete.
Reaproximação dos Garotinho com os Vianna — Caio não foi pra lá por amor. Eu falo isso no meu discurso. O Garotinho é um cara que ataca não só a vereador, não só o prefeito, não só a mídia. Ele ataca todos, de forma aleatória, de forma baixa. Então esse cara fecha o tipo de diálogo. Muito me espantou. E ver um café de Arnaldo Viana e Garotinho, achei aquilo... Achei até nojento, porque o que eu vi de debate ali, abaixo da linha da cintura... Eu sou um cara estou político, mas não sou político. Na minha veia corre sangue, corre minha emoção, corre meu sentimento. Eu acho que quando o cara joga muito abaixo da minha linha da cintura, eu respeito ele. Mas ele lá e eu aqui. E eu acho que quando você parte de uma linha como Garotinho parte, de sair, eu jamais na minha casa atenderia Garotinho. O Caio veio aqui e falou um monte de asneira também, é outro falecido politicamente. Então esse acordo que ele fez com o Wladimir fica por conta dele. Espero que ele colha fruto, ele possa tocar sua rede social, malhar, tomar seus produtos e toque sua vida, que eu acho que politicamente encerrou ali também, é outro falecido político.
Situação jurídica de Garotinho — Eu acho que, minha opinião particular, não é de político, não é de conhecedor judicial, seria um tapa na cara do judiciário o Garotinho poder concorrer a qualquer cargo público. Acho que primeiro você tem que pagar a sua pena de todas as acusações que você tem, de tudo, para poder está limpo pra concorrer. Se a justiça entender que sim, boa sorte pra ele, mas eu ainda o considero falecido politicamente e se puder vir candidato seria um tapa na cara do judiciário. O que a gente vê o judiciário hoje não está brincando com o erro de político, está sendo bem rigoroso.

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