Jair fala em zero acordo com Bacellar, mas diz que segue na base de Castro, ganhando ou perdendo
Rodrigo Gonçalves 01/02/2023 11:30 - Atualizado em 01/02/2023 17:51
Jair Bittencourt e Rodrigo Bacellar
Jair Bittencourt e Rodrigo Bacellar / Reprodução rede social
Candidato à presidência da Alerj, o deputado estadual Jair Bittencourt (PL) disse ao Blog, na manhã desta quarta-feira (1º), que já conta com 34 nomes, dos 70 deputados, para a sua eleição e que a expectativa é de outros apoios do próprio PL e União Brasil, os dois partidos com maiores bancadas, chegando ao longo do dia. Jair diz ser zero a possibilidade de recuo na disputa direta com Rodrigo Bacellar e afirma que seguirá na base do governador Cláudio Castro, ganhando ou perdendo a eleição da Mesa.
“Já temos a maioria do PL com 9 dos 17 deputados, mas acredito que outros ainda vão vir, pois estavam comigo antes”, destacou Bittencourt, se referido ao fato dele antes de ser nomeado secretário de Agricultura de Castro, era candidato à presidência da Alerj, disputa que reassume contra Bacellar, a quem credita o racha pela má condução nas articulações para a escolha da chapa, que seria única, e nas comissões da Assembleia.
A base de Castro não resistiu, na Alerj, ao abalo, e os de direita insatisfeitos se juntam aos deputados de centro e esquerda, PT e PSOL, em prol do nome de Jair. Segundo Bittencourt, as escolhas de Bacellar para a primeira secretaria da Assembleia e para Comissão Constituição e Justiça e o pouco espaço de protagonismo ao próprio PL foram o que resultou na divisão interna.
O grupo de Rodrigo até prometeu rever o nome Rosenverg Reis (MDB) para primeira secretaria, pois a queixa é que MDB, que só tem dois deputados na Casa para 2023 e pouca expressão na bancada, não poderia ocupar um cargo tão expressivo na Mesa. No lugar dele entraria Dr. Deodalto do PL, que também não foi bem aceito, segundo Jair, pelos que o apoiam. Mas a chapa de Rodrigo estaria irredutível a outras mudanças e as permanências de Pedro Brazão (União), à primeira vice-presidência da Mesa, e de Rodrigo Amorim (PTB) para a presidência da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), a mais importante da Casa, não são aceitas pelo grupo de Jair.
Na chapa montada por Jair, a primeira vice-presidência da Alerj ficaria com Célia Jordão (PL), a primeira secretaria com um nome do PT que, segundo Bittencourt, o partido ainda definirá. No A definição deve passar pelo atual presidente da Alerj, André Ceciliano (PT), cujo filho, Andrezinho, teria, inicialmente, conforme informações de bastidores, uma vaga na chapa de Bacellar para a mesa diretora. Agora, é ver se Andrezinho vai ficar com a primeira secretaria, cargo que funciona como uma espécie de prefeitura do legislativo.
Na mesa de Jair, segundo ele, também estará a deputada Lucinha (PSD). A indicação faz parte da articulação com o prefeito do Rio, Eduardo Paes (PSD), que apoia à candidatura de Jair.
Para a CCJ, cargo pleiteado por Rodrigo Amorim (PTB), único do seu partido eleito à Alerj, o nome na articulação de Jair é Dr. Serginho do PL, que foi nomeado secretário estadual de Ciência e Tecnologia de Castro, mas colocou o seu cargo, assim como Bittencourt fez na Agricultura, à disposição do governador.
Desafeto do PSOL, e alvo de insatisfação na indicação à CCJ, como mostra a coluna Ponto Final da Folha desta quarta, Amorim resiste com o apoio dos deputados do Podemos, Republicanos, Solidariedade, Avante, Agir e PMN. Eles fizeram uma aliança e pelos critérios de proporcionalidade, previstos no regimento interno da Alerj, têm mais espaços nas comissões permanentes e nas CPIs a serem instaladas.
Ocupações de maiores relevâncias, de acordo com Jair, podem ter com a sua chapa, o União Brasil, como por exemplo, Filipe RR Soares, líder do partido, que também encabeçou o movimento contra a candidatura única de Bacellar. Depois do PL, a bancada do União é a maior com oito parlamentares, que Jair diz já ter o apoio de quatro. Pelo PT, são sete deputados eleitos, seguido pelo PSD com seis e PSOL com cinco. O PP contará com quatro deputados, enquanto o Republicanos e o Solidariedade terão três deputados cada um. Os partidos com dois representantes na Alerj são PSB, PROS, MDB, PDT e Podemos. Já Avante, PMN, Patriota, Agir, PSC, PTB, PCdoB contam com um parlamentar, cada legenda.
O racha causado pelas candidaturas de Jair e Rodrigo não dividem apenas o PL, mas, como já falamos, o União Brasil. Mesmo o PT-PCdoB não está unido, embora João Maurício e André Ceciliano tenham entrado em cena para defender Bittencourt. As divergências afetam ainda os seis parlamentares do PSD e até os dois do PDT. Já os eleitos do PSOL,  partido de oposição ao governo, avaliavam, até a manhã desta quarta, votar em Jair ou se abster.
Rodrigo diz ao "Extra" que será presidente de todos deputados 
A Folha tem tentado contato frequente com Rodrigo Bacellar para falar sobre a disputa, mas não tem recebido retorno. Aliados ao campista garantem ter o apoio de 44 dos 70 votos. Mesmo contando com a possibilidade de perder até três deputados, afirma ter maioria sólida para conquistar a eleição da Mesa Diretora nesta quinta-feira (02).
Wladimir com Bacellar, Chico Machado e Jair Bittencourt
Wladimir com Bacellar, Chico Machado e Jair Bittencourt / Divulgação
À colunista Berenice Seara do “Extra", Bacellar disse que, se for eleito, pretende ser o presidente de todos os deputados. Mas que não vai aceitar que o PL retalie os seus eleitores e que vai usar o regimento interno para protegê-los. 
— Não é a postura ideal, a que eu gostaria de ter como presidente. Mas se for necessário proteger os meus pares, em especial os que estão chegando, a gente vai fazer o que está previsto no regimento. É o meu lema, o que faz parte da minha personalidade: no diálogo, leva tudo; agora, na pressão, não passa nada — disse Bacellar ao "Extra".
Para dar uma demonstração de força já na posse, marcada para esta tarde, segundo Berenice, todos os deputados que apoiam a eleição de Bacellar vão entrar em plenário, no Palácio Tiradentes, identificados. E, no fim, farão uma foto revelando o conjunto de eleitores dispostos a levar à presidência o candidato escolhido pelo governador Cláudio Castro (PL).
Os deputados eleitos para a 13ª Legislatura da Alerj serão empossados nesta quarta-feira, às 15h, em sessão solene no Plenário Barbosa Lima Sobrinho, no Palácio Tiradentes, antiga sede da Assembleia. Já nesta quinta, no mesmo horário, será a eleição.
Além de Bacellar e Jair, tomam posse os deputados também da região Bruno Dauaire (União), Thiago Rangel (Podemos), Chico Machado (Solidariedade) e Carla Machado (PT).
*Com informações complementares do "Dia" e "Extra".

ÚLTIMAS NOTÍCIAS

    Sobre o autor

    Rodrigo Gonçalves

    [email protected]