Mais cedo, postamos aqui no Blog que a disputa em chapa única, encabeçada pelo deputado estadual Rodrigo Bacellar (PL), para a eleição da presidência da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj) corria o risco de não ser mais uma unidade. E a que tudo indica, a chapa esquentou de vez com o, até então, aliado Jair Bittencourt, do mesmo partido e também da região, que lançou a sua candidatura no início da noite desta segunda-feira (30). Em grupos de Whatsapp ligados a Rodrigo, já circulam postagens chamando Jair de traidor, usando uma postagem feita por Bittencourt no fim do ano passado, declarando apoio a Bacellar.

Jornais do Rio, como o Extra e O Dia, dão conta de um racha no PL, que nem o governador Cláudio Castro tem conseguido contornar, já que Jair, que chegou a abrir mão da disputa e apoiar publicamente Bacellar, agora parece ter desistido de ficar na secretaria estadual de Agricultura, pasta que ganhou o comando para ficar longe da disputa à presidência da Alerj.

O Blog também falou mais cedo que as movimentações atribuídas ao próprio Bacellar na escolha de nomes para a sua chapa e na distribuição dos cargos de maior relevância na Alerj, entre os mais próximos a ele e ao governador Cláudio Castro (PL), estariam gerando insatisfação e até motivando articulações por uma candidatura alternativa envolvendo deputados de esquerda, de centro e alguns insatisfeitos de direita da base, descontentes com a condução da principal candidatura.

E é neste grupo que a campanha de Jair vai ganhando força, pois deputados do PL e do União, com as maiores bancadas para 2023, andam se queixando do espaço reduzido, diante de partidos com poucos parlamentares eleitos. Os de esquerda também torcem o nariz para alguns nomes já dados como certo em cargos de expressão.

O fiel da balança pode ser o atual presidente da Alerj, André Ceciliano (PT), cujo filho, Andrezinho, teria, inicialmente, uma vaga garantida na chapa de Bacellar para a mesa diretora. Mas, nos bastidores já se fala que a boa relação com Jair, seu vice na presidência, também pode trazer surpresas. Bitencourt tem ainda a seu favor o prefeito do Rio, Eduardo Paes, que pode colocar o seu PSD e partidos aliados do seu governo para engrossar a chapa de Jair.

Segundo O Dia, "o racha na base tem como um dos pontos principais a insatisfação pela indicação de Rosenverg Reis (MDB) para a primeira secretaria, uma espécie de 'prefeitura' da Casa. Além de não ser unanimidade na Alerj, o irmão do secretário estadual de Transportes é membro de uma bancada com apenas dois parlamentares”.

Outra indicação também tem gerado insatisfação: a de Rodrigo Amorim (PTB), também aliado de Bacellar, para a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), a mais importante da Casa.

Os deputados tomam posse na próxima quarta-feira (1º), às 15h, no Plenário Barbosa Lima Sobrinho, do Palácio Tiradentes, antiga sede da Alerj. No dia seguinte, eles elegem a mesa diretora em sessão, no mesmo horário.

Até lá, é esperar para ver o que mais vem pela frente e se a chapa continua quente.