Ponto Final: Disputa promete ser acirrada para presidência da Alerj
- Atualizado em 01/02/2023 10:43
Ponto Final
Ponto Final / Ilustração
Esquentou
A chapa está quente na Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj) e, se nada mudar nesta quarta (1º), o interior do Rio terá dois nomes na disputa à presidência da Casa, que acontece nesta quinta-feira (02), às 15h. O secretário de Governo, Rodrigo Bacellar (PL), que até então figurava como candidato único, agora tem como rival Jair Bittencourt, do mesmo partido, como mostra matéria na página 2 desta edição. Nem mesmo o governador Cláudio Castro conseguiu, até essa terça (31), garantir que sua preferência por Bacellar fosse seguida por toda a sua base. A disputa promete ser acirrada, pelo menos, já que cada candidatura fala que tem 40 aliados, quando, na verdade, só há 70 deputados estaduais.

Rejeição de Amorim
As indicações feitas a partir da chapa montada por Rodrigo foram o grande motivador do racha. Mesmo com algumas mudanças já nos nomes, as permanências de Pedro Brazão (União) à primeira vice-presidência da Mesa Diretora e de Rodrigo Amorim (PTB) para a presidência da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), a mais importante da Casa, podem ainda trazer muita dor de cabeça ao grupo de Rodrigo até amanhã. Amorim tem grande rejeição entre os deputados da esquerda, em especial do PSOL, que estará na Alerj com cinco representantes neste ano, que aparecem nos bastidores como peças importantes para a definição da disputa.

“Aberração”
Em agosto do ano passado, o Tribunal Regional Eleitoral do Rio de Janeiro aceitou denúncia contra o deputado Rodrigo Amorim pelo crime de violência política de gênero. Em maio do mesmo ano, durante sessão ordinária na Alerj, em uma discussão com a deputada Renata Souza (PSOL), ele se referiu a uma vereadora trans como “uma aberração da natureza”. O nome de Amorim, único eleito do PTB, para a CCJ é fruto da junção dele com deputados do Podemos, Republicanos, Solidariedade, Avante, Agir e PMN. Pelos critérios de proporcionalidade previstos no regimento interno da Casa, eles têm mais espaço nas comissões permanentes e nas CPIs a serem instaladas.

Como fica?
Dos demais deputados eleitos da região que tomam posse hoje, Bruno Dauaire (União), Thiago Rangel (Podemos) e Chico Machado (Solidariedade) têm, até então, seus apoios declarados a Rodrigo, assim como era o de Jair. Carla Machado (PT) não declarou seu voto a Bacellar, apesar de André Ceciliano, atual presidente da Alerj, também do PT, antes do racha, ter dado força à candidatura dele. O voto de Bruno está atrelado ao acordo que o levou à secretaria estadual de Habitação, em uma articulação pela pacificação entre Rodrigo e o prefeito Wladimir Garotinho. Já Chico Machado, de Macaé, torce por Bacellar, pois é o substituto direto dele na secretaria de Governo.

Mudança no Estado
O racha no PL, provocado pela disputa de Bacellar e Jair, pode refletir, inclusive, no secretariado de Cláudio Castro, nomeado no início do ano. Nessa segunda-feira (30), a ala da qual o presidente estadual do PL, Altineu Côrtes, faz parte entregou o cargo de Jair Bittencourt na secretaria de Agricultura e também os comandos da Educação e Ciência e Tecnologia, onde estão Patrícia Reis e Dr. Serginho, ambos ligados a Côrtes. Os deputados que endossaram a candidatura de Bittencourt tratam como irreversível o racha com Bacellar e consideram natural a perda dos cargos se Castro mantiver sua preferência.

Novo PSDB
O empresário e presidente do Fundecam, Orlando Portugal, assumiu o diretório do PSDB, em Campos, e promete engrossar a lista de partidos que devem seguir com o prefeito Wladimir Garotinho para a reeleição em 2024, apesar de já ter reações contrárias, porque o PSDB e o Cidadania, este último presidido no município pelo ex-prefeito Rafael Diniz, formam uma federação partidária. Diniz, que também é membro da executiva estadual, diz entender que todas as decisões sobre apoio político devem ser debatidas entre os membros dos partidos que compõem a federação. “Ainda é cedo para se discutir sobre 2024, mas no caso específico de Campos, a minha posição é contrária a qualquer tipo de alinhamento com o atual governo municipal”, afirmou Rafael.

Nas grades
O bolsonarista Carlos Victor Carvalho, o CVC, líder do Movimento Direita Campos e ex-assessor parlamentar, teve a prisão temporária convertida em preventiva. Ele está preso no presídio Carlos Tinoco da Fonseca desde 20 de janeiro deste ano. Ele foi detido pela Polícia Federal, após ficar três dias foragido, por suspeita de formação de quadrilha e de tentar abolir o Estado Democrático de Direito, em uma investigação sobre o financiamento de atos antidemocráticos, que resultaram no ataque aos prédios dos Três Poderes em Brasília, no último dia 8. A família de Carlos Victor diz estar “muito abalada com tamanha injustiça” e a defesa fala em uma “bomba” esta semana em relação ao caso.

Na Bacia
A estratégia de elevar em 50% a capacidade de produção das reservas situadas na Bacia de Campos garantirá à Petrobras investimentos de mais de US$ 18 bilhões durante os próximos cinco anos, projeção que complementa o potencial de Macaé em atrair investimentos ligados à cadeia produtiva de óleo, gás e energia. O Plano de Negócios da estatal para o Norte Fluminense foi reforçado ontem pelo gerente geral da Unidade de Negócios da Bacia de Campos, Wlisses Menezes, em reunião com o prefeito Welberth Rezende.

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