Posse na Alerj esquenta com racha na disputa à presidência
Rodrigo Gonçalves 01/02/2023 08:50 - Atualizado em 01/02/2023 15:00
Os deputados estaduais tomam posse nesta quarta-feira (01), às 15h, no Plenário Barbosa Lima Sobrinho, do Palácio Tiradentes, antiga sede da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj). Se até a semana passada o clima era de paz, aparente, entre os nomes do Legislativo, a sessão desta quarta vai acontecer em meio à polêmica e tensão motivadas por um racha entre dois deputados da região. Rodrigo Bacellar, de Campos, e Jair Bittencourt, de Itaperuna, ambos do PL, disputam à presidência da Alerj, cuja eleição da mesa diretora acontece, nesta quinta (02), em sessão, também, no mesmo horário.
Além de Bacellar e Jair, tomam posse os deputados também da região Bruno Dauaire (União), Thiago Rangel (Podemos), Chico Machado (Solidariedade) e Carla Machado (PT).
As últimas horas têm sido quentes nos bastidores com desdobramentos importantes previstos para acontecer ainda na manhã desta quarta. As movimentações atribuídas ao próprio Bacellar na escolha de nomes para a sua chapa, que seria única, e na distribuição dos cargos de maior relevância na Alerj, entre os mais próximos a ele e ao governador Cláudio Castro (PL), geraram insatisfação e resultaram nas articulações por uma candidatura alternativa, envolvendo deputados de esquerda, de centro e os descontentes com a condução de Bacellar.
Jair Bittencourt e Rodrigo Bacellar
Jair Bittencourt e Rodrigo Bacellar / Reprodução rede social
Com o racha na base, nem o governador Cláudio Castro teria conseguido contornar a disputa entre, até então, dois de seus aliados. Jair, que chegou a abrir mão da disputa e apoiar publicamente Bacellar, desistiu de ficar na secretaria estadual de Agricultura, pasta que ganhou o comando para ficar longe da briga à presidência da Alerj.
A campanha de Jair acabou ganhando força, pois deputados do PL e do União, com as maiores bancadas para 2023, se queixam do espaço reduzido, diante de partidos com poucos parlamentares eleitos. Os de esquerda também torcem o nariz para alguns nomes já dados como certos.
O atual presidente da Alerj, André Ceciliano (PT), cujo filho, Andrezinho, teria, inicialmente, uma vaga na chapa de Bacellar para a mesa diretora, parece ter se alinhado a Jair, seu vice na atual legislatura. Bittencourt teria ainda a seu favor o prefeito do Rio, Eduardo Paes, com o apoio do PSD.
Com a disputa cada vez mais acirrada, Bacellar, reagiu em busca de uma nova composição da sua chapa para evitar perder mais aliados. Na primeira secretaria, saiu Rosenverg Reis (MDB), partido que só tem dois deputados na Casa para 2023, e entrou Dr. Deodalto do PL que, apesar de ter 17 eleitos não está totalmente satisfeito com o pouco espaço em cargos de relevância na futura mesa e comissões. Nove dos 17 deputados do PL assinaram, ontem, um manifesto em apoio à candidatura de Jair.
A avaliação nos bastidores é que ainda seriam necessárias mais alterações para acalmar os ânimos. Mas a chapa de Rodrigo estaria irredutível a outras mudanças.

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