"Ser prefeito não é fazer o que se quer, mas o necessário"
Ícaro Barbosa 26/07/2019 23:48 - Atualizado em 05/08/2019 14:55
Isaías Fernandes
Fechando a semana de entrevistas no programa Folha no Ar, na rádio Folha FM, o prefeito Rafael Diniz (PPS) elegeu o deputado federal e possível adversário nas urnas em 2020, Wladimir Garotinho (PSD), como principal alvo de críticas, enquanto outro pré-candidato, Caio Vianna (PDT) foi poupado. Rafael também falou sobre realizações do seu governo e do trabalho de saneamento das contas do município. “Ser prefeito não é fazer aquilo que a gente quer, é fazer aquilo que é necessário”, afirmou.
Na última segunda-feira, Wladimir foi o convidado do Folha no Ar e criticou a atuação de Rafael à frente do município. No entanto, o prefeito partiu para o ataque. “Só de carregar o sobrenome Garotinho já é um peso tremendo. Mais do que isso, é ter atitudes garotistas. Isso já é o sinal do atraso pelo qual Campos paga hoje. De manter esse ataque de qualquer forma, essa agressão por qualquer forma. E pior do que manter esse comportamento hereditário, cada vez fica mais provado que ele vai fazer o que o pai (o ex-governador Anthony Garotinho) manda”, afirmou.
O deputado federal postou no primeiro dia de mandato um ofício endereçado ao prefeito colocando o gabinete à disposição do prefeito, porém, Rafael afirmou que não houve diálogo. “Não houve diálogo, é mais uma manifestação para ‘jogar para galera’. Esses dias recebemos um ofício dele solicitando a devolução do aeroporto para o governo federal para que houvesse uma concessão. Mas parece que ele não está acompanhando o que acontece na cidade. Já houve essa concessão, que vai permitir investimentos milionários”.
No movimento do tabuleiro eleitoral na planície, Caio Vianna (PDT) é apontado como a principal força emergente da terceira via a Wladimir e Rafael. Mesmo com o silêncio, o pré-candidato tem recebido o respaldo do deputado estadual Rodrigo Bacellar (SD), que foi um dos principais alvos de Wladimir na última segunda-feira. Ao comentar sobre as recentes trocas de farpas e o clima eleitoral quente, o prefeito preferiu focar na administração do município, mas não deixou de fazer um afago a Bacellar e ao seu pai, o ex-vereador Marcos Bacellar (PDT), e passou em branco sobre Caio.
Na última semana, Rafael publicou no Diário Oficial um decreto que determina o contingenciamento dos recursos dos royalties, que atingiram apenas 68% do esperado no primeiro trimestre de 2019. “Tomamos essa medida com base nos números, a realidade financeira posta. O balanço financeiro aponta que atingimos apenas 68% dessa expectativa e que a lei determina que precisamos fazer contingenciamento quando essa expectativa não atinge os 90%. Medidas precisam ser tomadas. Ser prefeito não é fazer aquilo que a gente quer, é fazer aquilo que é necessário. Muitas vezes quando você faz o necessário, não agrada, mas é preciso fazer”, declarou.
Ainda sobre a situação financeira, Rafael Diniz pediu união das forças políticas da região quando o assunto é a possível redistribuição dos royalties, que será julgada em novembro pelo Supremo Tribunal Federal (STF). “Se a gente já vive essa dificuldade com a queda dos repasses, imagine se houver a partilha. É muito preocupante porque afeta os produtores e os não produtores. Afeta todo o Estado do Rio de Janeiro. Temos que debater esse tema jurídica e tecnicamente. Não tem que fazer esse movimento isolado. Tem que ser bem articulado, responsável e junto ao governador, que tem que ser o maior defensor dessa causa”, disse o prefeito, que falou das oportunidades perdidas:
— Nós precisamos nos habituar a essa nova realidade. Não temos mais R$ 3 bilhões no orçamento. Temos feito o melhor dentro do possível. A gestão anterior nos armou várias bombas, e essa (“venda do futuro” foi a maior delas. Mesmo tendo que pagar 10% sobre os royalties, todo mês, à Caixa, nós continuamos avançando em nossos projetos locais. Inauguramos o Hospital São José, temos a escola em tempo integral, novo sistema de transporte público”.
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