Campistas celebram São Cristóvão nesta quinta (25)
Matheus Berriel 24/07/2019 16:50 - Atualizado em 05/08/2019 13:38
Folha da Manhã
É comemorado nesta quinta-feira (25) o Dia do Motorista, coincidindo com a data em que os católicos celebram São Cristóvão, o padroeiro dos motoristas, viajantes e peregrinos. A Diocese de Campos lembrará a data com missa às 18h, na Paróquia Santo Antônio, em Guarus. Em seguida, o padre Wallace Ortêncio de Azevedo dará bênção aos veículos. O evento religioso será encerrado por uma carreata, organizada pela Associação de Moradores do Jardim Carioca.
— A espiritualidade enraizada na festa e na bênção de São Cristóvão é muito intensa e vigorosa no Brasil. Aponta certamente para os riscos e perigos que as estradas apresentam para os caminhoneiros e (motoristas de) veículos de passeio. A proteção deste santo, que transportou o próprio Cristo nos seus ombros como o Menino Deus, gera confiança e a esperança de chegar íntegro e salvo no logradouro. Porém, o mais importante é imitá-lo, transportando Jesus Cristo no coração, e tornar-se, assim, sinal de motorista consciente e responsável pela vida e a paz nas estradas. São Cristóvão, rogai por nós — disse Dom Roberto Francisco Ferrería Paz, bispo da Diocese de Campos.
De acordo com a religião católica, durante uma caminhada, Cristóvão perguntou a um homem de certa idade como poderia encontrar Jesus Cristo, ouvindo como resposta que deveria jejuar e orar. Após dizer que não seria possível, foi pedido pelo eremita que, por amor a Jesus, se instalasse à beira de um rio, de travessia difícil, e ajudasse a todos que quisessem chegar ao outro lado. Esta foi a sua missão, cumprida à risca. Um dos ajudados foi uma criança pesada, que, após a travessia, revelou ser o Menino Jesus.
— “Bom homem”, respondeu-lhe o Menino, “não te espantes, pois não só carregaste o mundo inteiro como também o dono do mundo. Eu sou Jesus Cristo, o Rei que estás a servir neste mundo, e, para que saibas que digo a verdade, põe teu cajado no chão junto à tua casa e amanhã verás que ele estará coberto de flores e de frutos”. Após o episódio da criança no rio, Réprobo assumiu o nome de Cristovão (carregador de Cristo), e por isso é considerado o padroeiro dos motoristas, condutores e viajantes. Sua imagem representa exatamente o momento: o menino Jesus em seus ombros e o cajado na mão — explicou o padre Wallace Ortêncio de Azevedo.
De acordo com o vice-presidente da Associação de Moradores do Jardim Carioca, Johnson Silva, a carreata a São Cristóvão é realizada há seis anos, atraindo cada vez mais fieis daquele e de outros bairros e localidades. “Queremos agradecer a todos que venham participar, pessoas que vêm de outros bairros. Tem pessoas que vêm de Ururaí. Desde já, só agradecimento”, afirmou.
Grande demonstração de fé coletiva já foi dada em Campos na manhã do último domingo (21), quando foi realizada a 15ª edição da Romaria de Caminhoneiros em Homenagem a São Cristóvão. Cerca de 30 quilômetros foram percorridos até o Santuário de Santo Amaro, na localidade de mesmo nome, tendo os participantes iniciado a peregrinação no entroncamento da RJ 216 com a Estrada dos Ceramistas (RJ 238), onde fica localizada uma capela com a imagem de São Cristóvão, construída em 2017, com doações de fieis, por iniciativa de Josiel Santos Machado. É ele o responsável por organizar a romaria, em forma de agradecimento a um milagre atribuído à intercessão do santo.
— Em novembro de 2005, em uma cerâmica da Baixada Campista, ao me aproximar de meu caminhão carregado de tijolos para amarrar a carga, a mesma caiu sobre mim, soterrando-me. Aqueles que estavam próximos contaram que não tiveram reação, mas um primo que estava presente não hesitou. Mesmo correndo o risco de mais tijolos caírem do caminhão, ele começou manualmente a tirar os entulhos para me socorrer. Consciente, mas com diversos cortes, arranhões e extremamente sujo, fui socorrido e levado para um hospital da cidade pelo meu primo e um funcionário da cerâmica. Milagrosamente, pela intercessão de São Cristóvão junto ao Pai, não sofri nenhuma fratura, apenas traumas e cortes pela cabeça e tornozelo — contou Josiel. — Aproximadamente um mês após o acidente, pude retornar às minhas atividades, sempre confiando e agradecendo ao Pai e a São Cristóvão os livramentos diários que temos nas estradas da vida — completou.

ÚLTIMAS NOTÍCIAS