Ricardo André diz que rombo da PreviCampos mudaria resultado da eleição de 2018
Catarine Barreto 03/05/2019 14:39 - Atualizado em 06/05/2019 13:53
Ricardo André Vasconcelos na Folha FM
Ricardo André Vasconcelos na Folha FM / Genilson Pessanha
A primeira edição do programa Folha no Ar, da Folha FM 98,3, nesta sexta-feira (3), teve como convidado o jornalista Ricardo André Vasconcelos. Ex-editor chefe da Folha da Manhã e ex-secretário de Comunicação das gestões Anthony Garotinho e Sérgio Mendes, o servidor público federal deu sua opinião sobre a política brasileira e a corrida eleitoral à Prefeitura em 2020. Para Ricardo, o resultado da eleição em 2018 — e a consequente arrumação das forças eleitorais para o próximo ano — poderia ser diferente se os membros do governo Rafael Diniz (PPS) tivessem explorado melhor o rombo encontrado no Instituto de Previdência dos Servidores do Município de Campos(PreviCampos), como foi detalhado em entrevista concedida ao Folha no Ar, no dia 16 de abril, pelo secretário de Gestão Pública, André Oliveira. Na próxima segunda-feira, a partir das 7h, o convidado será o deputado estadual Bruno Dauaire (PSC).
Ricardo comentou que estava acompanhando a entrevista quando escutou o secretário falando sobre o tema. “Eu estava dentro do carro, quando ouvi André falando sobre a PreviCampos. Eu fiquei arrepiado. Isso dava manchete durante dois meses. Eu acho que, se tivesse explorado aquela situação, que é escabrosa, dentro da PreviCampos, os resultados das eleições de 2018 seriam outro (entre Marcão e Wladimir). O peso político dos grupos seria diferente. Mas, com o que André Oliveira falou, eu fiquei assustado com o tamanho da coisa e a desfaçatez de como compraram ações de hotéis que não saíram do lugar, entre outras coisas. Aquilo é um absurdo. Em qualquer lugar do mundo, seria um escândalo a ser explorado”.
Ainda em relação ao cenário campista, o jornalista aposta em uma disputa entre o prefeito Rafael Diniz com herdeiros do Garotismo e do Arnaldismo, figurados em Wladimir Garotinho e Caio Vianna. “Acredito que vai afunilar entre Rafael, Wladimir e Caio. Rafael ainda é uma coisa nova, tem algo para acontecer e fazer”, analisou, acrescentando que pode ser possível que Rafael esteja apenas “arrumando a casa” para o retorno de outro prefeito do “berço político”, que voltará para “gastar tudo”.
Em análise sobre política nacional e educação, o jornalista comentou a atual situação das universidades federais do país. Nesta semana, o ministério da Educação anunciou o bloqueio de 30% do orçamento das instituições. O corte já reflete no cotidiano das unidades, principalmente as que enfrentam crise financeira. Uma delas é a Universidade Federal Fluminense (UFF) de Campos, que está sob ameaça da retirada de contêineres instalados há dez anos. O motivo seria sete meses de atraso no pagamento do aluguel, totalizando uma dívida de R$ 1,5 milhão.
— Vejo essa situação como um trailer do país, um aperitivo do que está sendo o desmonte da Educação brasileira. O professor tem medo de falar na sala, os alunos estão sendo incentivados a gravar os professores. Isso é inaceitável. É um absurdo o professor ter medo de falar. Em sala de aula, ele deve ser absoluto. Minhas maiores referências são os meus professores — disse.

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