Comissão da Cavalhada homenageia costureira
27/04/2019 15:53 - Atualizado em 06/05/2019 12:56
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My beautiful picture / Divulgação
Comissão da Cavalhada de Santo Amaro homenageou Maria da Conceição Ramos durante a conferência realizada na Academia Campista de Letras. A cerimônia foi após as apresentações do Bispo Dom Roberto Francisco, que destacou o potencial evangelizador e o aspecto religioso do folguedo, e da professora Gisela Gonçalves que abordou os envolvimentos sociais e culturais.
Maria da Conceição Ramos tem um papel importante na preservação da Cavalhada, sendo responsável pela confecção das roupas usadas no espetáculo que acontece no dia 15 de janeiro.
Joel Rita da Costa chamou a atenção para o cuidado que a costureira tem na preparação das roupas e adereços, acompanhando todos preparativos no local que os componentes da Cavalhada se preparam.
— Ela se emocionava com cada um de nós. Vibrava na hora da entrada na arena até o final. E como posso falar dessa grande mulher sem me emocionar? Hoje com 90 anos temos de amar muito essa grande mãe de todos nós. Dona Conceição é a nossa Rainha e Mãe a quem amamos muito — recorda Joel.
Desde sua chegada ao distrito de Santo Amaro, Maria da Conceição Ramos aceitou o desafio de preparar as roupas dos cavaleiros. Ao todo 24 jogos de blusas, chapéus, forros de selas, cangoteiras. Tudo começava no início de dezembro com os primeiros ensaios. Os componentes da Cavalhada passavam pela casa dela para tirar as medidas. Ela recorda como tudo começou.
— Cheguei a Santo Amaro com 20 anos. Dona Rizete, esposa de Irineu Gonçalves, pediu para preparar o forro de cela dele. Me arrisquei em fazer o molde e cortei o tecido para fazer também a cangoteira. E, a partir daí, comecei a costurar as camisas e chapéus. Sinto muita saudade desse tempo, mas agradeço a Deus por ser sempre lembrada todos os anos. — recorda Conceição.
Welligton Luis de Carvalho destaca os cuidados e dedicação de Maria da Conceição Ramos e todos os anos no término da Cavalhada nunca esquece de levar a medalha e argola para entregar a costureira.
— Me recordo da primeira vez que corri a Cavalhada. Meu pai era o capitão e fui com ele na casa de Dona Conceição tirar as medidas das roupas. Ela nos recebeu com um sorriso no rosto, mas para minha alegria quando fomos nos preparar lá estava a nossa querida com agulha e linha para os ajustes das roupas. Podia ver aquele sorriso de alegria e emoção. E ainda hoje, quando terminamos a apresentação saio da arena e vou à casa dela para o abraço e entregar a medalha como um gesto de carinho e de gratidão — disse.
— Além dos cavaleiros, a Cavalhada conta com a participação de várias pessoas da comunidade, como por exemplo, as que confeccionam as vestes. Por isso, não tem como deixar de falar da rainha da Cavalhada de Santo Amaro, conhecida como Dona Conceição. Ela por anos confeccionou as vestes com muito primor e deixou seus conhecimentos para a sua sobrinha. O trabalho com as vestes preserva uma riqueza de detalhes no qual emergem tradições muito peculiares da nossa Baixada Campista — destaca a professora e escritora Gisele Gonçalves, autora de livro sobre a Cavalhada de Santo Amaro. (A.N.)

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