As mães que não podem ser mães, e os filhos órfãos, por causa da agropecuária
12/05/2019 15:16 - Atualizado em 12/05/2019 17:01
O blog deseja a todas as mães um dia especial, cheio de afeto. E faz esse post como homenagem principalmente às mães de outras espécies, que são exploradas pela espécie humana. Sobre o Dia das Mães, podemos perguntar: Feliz Dia das Mães pra quem? Feliz Dia das Mães pra quais mães? Mãe é mãe e ponto final, não é mesmo? Mas, para as mães de outras espécies, exploradas pela indústria do leite, dos ovos e da carne, todo dia é uma tortura. Você sabia que as fêmeas de outras espécies, como as vacas e as galinhas, não possuem o direito à maternidade, e seus filhos ficam órfãos logo que nascem?
A luta pelo Direito Animal é também a luta pelo direito à maternidade, e a luta pelo direito dos filhos terem uma mãe e um pai, direitos estes que são tirados dos animais pelas indústrias da carne, leite/laticínios e ovos – a indústria agropecuária. Além do feminismo, por exemplo, área de luta de muitas mulheres, existe um degrau acima, que é o feminismo antiespecista, que defende as fêmeas não apenas da espécie humana.
A indústria da propaganda e do marketing é muito bem paga pela indústria da agropecuária para produzir as imagens de vaquinhas felizes nas caixas de leite, num campo verde com o nascer do Sol, assim como pra defender que “está tudo bem em tomar leite porque nenhum animal foi morto pra dar leite”. Só que isso é uma grande mentira. Há também a defesa de que "o que eu como é uma escolha pessoal minha", mas nesse caso se está esquecendo de alguém, como ele:
Neste Dia das Mães escolhemos um vídeo em animação muito bem feito, que mostra um pouco sobre o que a indústria agropecuária, especificamente a indústria do leite, faz com as vacas e com seus filhos, para que o leite chegue até você nas prateleiras dos supermercados. Se você não aguenta ver imagens fortes, pode ver essa animação tranquilamente, porque ela é "suave". Mas tem aquele ditado, né?! Se algo não é bom pra você ver ou ouvir não deve ser bom pra você comer! Leite é morte, dor e sofrimento. São mães que não puderam ser mães – que sentiram a dor de perder um filho. São filhos que não puderam beber o leite que era deles, pra esse leite ir pra você, e que não puderam ter contato algum com sua mãe. Órfãos da indústria do leite. 
Veja o vídeo, que é bem curtinho, clicando abaixo:
É omitido da população, no geral, que vacas em fazendas produtoras de leite vivem em galpões sujos e superlotados. Para que produzam leite ininterruptamente, essas vacas são repetidamente inseminadas (seres humanos as forçam a engravidar). Assim que seus filhos nascem, os bezerros, eles lhe são retirados para que o leite que deveria ser deles chegue até você. Em alguns casos, eles mantêm o filho perto da mãe (para que, pelo amor, ao vê-lo, esta vaca produza leite), mas neste bezerro é colocado um "anel de desmame", que o machuca assim que ele tenta mamar em sua mãe. Você já viu, pelos pastos brasileiros, bezerros com uma espécie de "argola" no nariz, não viu?! Então: é isso. 
 Se o bebê da vaca for do sexo masculino, ele simplesmente é “descartado” da rota do leite e encaminhado pra uma fazenda de vitela, onde é mantido em uma baia minúscula onde ele basicamente não consegue se mover. E, em poucas semanas, esse filho é morto, pra comercialização da carne de vitelo, vendida em restaurantes. Mas, se o bebê da vaca for fêmea, esta vai seguir o mesmo “destino” da mãe (se tornará mais uma “vaca leiteira”, sem direito à maternidade, e com filhos órfãos). Isso não é natural.
Uma vaca leiteira, normalmente, vive a média de 20 anos ou mais, mas por conta dessa exploração sem fim feita pela indústria do leite, engravidando sem parar para a produção do leite, manteiga, requeijão e tudo isso que a sociedade consome, essa vaca vive apenas quatro anos, ou até menos. E então, quando o ser humano não consegue mais explorá-la dessa maneira, quando ela “deixa de dar leite”, ela é enviada para o “abate”– é morta em matadouros para a produção de carne, geralmente carne moída.
Na internet você encontra vários documentários e outras fontes de informação que mostram como as vacas são tratadas pela indústria do leite – funcionários de fazenda costumam chutar, espancar e perfurar esses animais, quando querem que eles façam algo.
A cada dia que passa, mais médicos se tornam veganos, assim como nutricionistas, formando uma grande rede de profissionais que chegam pra desmentir, por exemplo, que “você tem que consumir laticínios”, que “se você não tomar leite você vai ficar fraco”. Essas coisas eram crenças da época da nossa avó e o mundo caminha para um mundo justo, onde os direitos sejam respeitados – o direito de todos, incluindo o outro, o animal -, como o direito à vida, à felicidade e à maternidade.
Luto por todas as mães e filhos explorados e mortos pela indústria agropecuária!
 
 

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    Thaís Tostes

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