Murillo Dieguez avalia governo Rafael e fala sobre o "Muda Campos"
Paula Vigneron e Maria Laura Gomes 09/05/2019 16:11 - Atualizado em 15/05/2019 21:32
O empresário e colunista da Folha da Manhã Murillo Dieguez foi o convidado desta quinta-feira (9) da primeira edição do Folha no Ar, da Rádio Folha FM 98,3. No bate-papo, Murilo diz que o prefeito Rafael Diniz (PPS) “pegou um abacaxi absurdo” quando assumiu o município e citou outros políticos que ficaram conhecidos por reorganizar finanças. Ele recordou, ainda, do movimento “Muda Campos”, que se apresentou como alternativa aos eleitores do município no final dos anos 1980 e projetou Anthony Garotinho. Nesta sexta-feira, a partir das 7h, o convidado do programa será o policial federal e especialista em segurança pública Roberto Uchoa.
— Rafael pegou um abacaxi absurdo. A venda do futuro já tirou R$ 120 milhões que poderiam ser usados para entrega de serviço a essa população, R$ 250 milhões em precatórios. Outros governantes, como Paulo Hartung, César Maia, Arthur Virgílio Neto, foram consagrados pela melhoria, por reorganizar as finanças. Esse enfrentamento, Rafael não se furtou dele. Com todo prejuízo, com toda essa irresponsabilidade do Garotinho, que eu diria que é criminosa. O que temos de notícia do que aconteceu no PreviCampos é um negócio de maluco.
Ainda sobre o governo Rafael, Murillo disse que o prefeito tem vontade de enfrentar os problemas e pediu para que os servidores, em especial, compreenda a situação. “Nas vezes que estive com Rafael, o que mais me impressionou foi o brilho nos olhos dele e a vontade para o enfrentamento. Ele não esmorece. Garotinho era gênio, mas quando tomava uma porrada, ficava quatro dias sem reagir. Rafael não, quanto mais bate, mais ele enfrenta. Peço aos servidores para que entendam que o que Rafael está propondo é muito mais do que ele poderia e deveria propor, porque é um momento que tudo está enxugando”, concluiu.
Sobre o “Muda Campos”, liderado por Garotinho, Murillo relatou que a experiência com o movimento foi apaixonante. “Foi um projeto encantador. Só quem viveu pode descrever. Era uma coisa que tinha vida. Nós estávamos saindo do ocaso de Zezé (Barbosa) para um turbilhão de coisas contidas que vinham da cultura, por exemplo, como o novo Trianon. Não tenho arrependimento nenhum dessa participação, mesmo em prejuízo aos negócios, porque a política me tornou uma pessoa melhor, uma pessoa com visão mais ampla, mais sensível e, sobretudo, uma pessoa que passou a entender o aspecto coletivo. Foi uma coisa maravilhosa. Eu fui com Garotinho até o governo do Sérgio (Mendes). Discutir que Garotinho não foi um político diferenciado é bobagem — recordou.
Para o empresário, a essência do movimento se refletiu no primeiro governo de Garotinho, a quem se referiu como “furacão”, com um time “no bom sentido, de alucinados, que trabalhava 15, 20 horas por dia”.
Durante o período das eleições do primeiro turno de 2018, muitos eleitores reclamaram sobre os institutos de pesquisas, dizendo que as pesquisas não eram reflexo da realidade. No segundo turno, os institutos ficaram mais próximos aos números de votos que o atual presidente Jair Bolsonaro teve. Em 2019, o governo Bolsonaro vem desidratando nas pesquisas e os eleitores voltam a reclamar. Questionado sobre o seu ponto de vista em relação a essas pesquisas de avaliação de governo, o empresário explicou que todas as pesquisas estão retratando essa mesma tendência, com pequenas variações e que isso é o mais importante em pesquisa.
— É indiscutível que o Bolsonaro e seus filhos estão fazendo trapalhadas, não precisa de oposição. O governo está perdendo muita energia com besteira, essa é a minha avaliação. O governo está jogando tudo em cima da Reforma da Previdência, como se isso fosse um passe de mágica, que não será. E deixando de tratar isso e os resultados econômicos horríveis, de uma projeção de um PIB de 3%, já está com uma projeção de menos de 1,5%. Temos uma produção industrial em declínio, desemprego no mês de março em declínio, uma atividade econômica em declínio e essa é a realidade — explicou Murillo.

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