Abandono de terrenos gera risco
Camilla Silva 18/02/2019 22:00 - Atualizado em 18/04/2019 12:45
Uma das avenidas mais importantes de Campos dos Goytacazes, a Sete de Setembro coleciona imóveis históricos que sofrem com a falta de conservação. Mas esse não é o único problema de abandono no local. Terrenos mal cuidados acumulam vegetação desordenada e criadouros de animais transmissores de doenças. Ontem, a Folha esteve no local após denúncia de moradores que reclamam dos perigos que moram ao lado de suas casas. A superintendência de Postura informou que irá verificar entre os endereços notificados se consta o citado na reportagem e tomará as providências hoje. A Prefeitura informou, ainda, que segue com as ações de combate ao mosquito do Aedes aegypti. Os mutirões incluem serviços de visita domiciliar, recolhimento de inservíveis, colocação de telas em caixas de água e orientações técnicas dos agentes aos proprietários dos imóveis.
— A gente tem sempre que cuidar do meio ambiente, mas nesse caso a situação é de uma vegetação hostil. Por causa desse terreno, a gente sofre com ratos, abelhas e mosquitos. Faz 8 anos que estamos nessa residência e este imóvel sempre esteve assim, abandonando — afirmou Dom Roberto Ferrería Paz, bispo da Diocese de Campos dos Goytacazes. A residência paroquial fica ao lado de um desses terrenos, que mede cerca 900 metros quadrados.
Quem passa pela rua também reclama da situação. “Ao longo dessa rua, dá para perceber muitos imóveis nessa situação. A gente vê tanto essas campanhas para o combate de mosquito que pode transmitir doença e eu penso quem toma conta desses lugares”, afirma Fernanda Souza, que passa pelo local de segunda a sexta, indo para o caminho do trabalho.
A Prefeitura informou que, nos dois últimos anos, mais de 1.500 terrenos foram notificados pela superintendência de Postura.
— Com a notificação em Diário Oficial, os proprietários têm 30 dias para realizarem os serviços, além de cercar ou fechar os terrenos que não estiverem protegidos. Caso o proprietário não execute a limpeza no prazo, a situação é direcionada à superintendência de Limpeza Pública e o custo da limpeza é lançado como Dívida Ativa em nome do proprietário do terreno, sendo acrescentado 20% em cima do valor, a título de multa — informou em nota.
Problemas deste tipo podem ser denunciados para a superintendência através do telefone (22) 98168-3645.
CCZ faz mutirões de combate ao mosquito
O Centro de Controle de Zoonoses (CCZ) realiza em Campos mutirões de combate ao Aedes aegypti, transmissor de doenças como chikungunya e dengue. Ontem, o mutirão aconteceu no Parque João Maria, Pelinca, Sumaré, Km 15, São José e Tapera. Na sexta-feira passada (15), no mutirão do Bela Vista, 840 imóveis foram visitados, 320 estavam fechados e nove focos do mosquito foram encontrados.
As ações seguem até o próximo dia 20 de março por todo o município. Elas tiveram início devido ao início da temporada de chuvas e após a divulgação do primeiro Levantamento Rápido do Índice de Infestação do Aedes aegypti (LIRAa) do ano, que apontou índice de 1,2 na cidade, o menor índice dos últimos dois anos, mas que ainda demanda atenção da população.
Hoje, os agentes percorrerão os bairros Pelinca, Benta Pereira, Caju, Km 15, São José e Tapera.
— Mesmo tendo obtido resultado satisfatório no LIRAa, precisamos continuar com as ações de prevenção. Pedimos que a população continue recebendo os agentes em suas residências — destaca o diretor do CCZ, Marcelo Sales.

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