Clima quente no último debate
Aldir Sales 03/10/2018 10:20 - Atualizado em 04/10/2018 14:06
Reprodução de vídeo
O último debate entre os candidatos ao Governo do Estado, realizado na noite dessa terça-feira (2), pela TV Globo, começou morno, mas esquentou durante as quase três horas de programa, com vários pedidos de direito de respostas e embates que tiveram como alvos preferenciais o líder nas pesquisas, o ex-prefeito do Rio Eduardo Paes (DEM), e o segundo colocado, Romário (Pode). Sem conseguir decolar nas pesquisas, Márcia Tiburi (PT) e Indio da Costa (PSD) partiram para o ataque e protagonizaram alguns dos encontros mais acirrados.
O primeiro duelo mais áspero aconteceu entre Indio e Wilson Witzel (PSC), que disputam os votos do presidenciável Jair Bolsonaro (PSL), líder nos últimos levantamentos no país e também no Estado do Rio de Janeiro. No entanto, foi apenas a partir do segundo bloco que Paes começou a sofrer os ataques. O primeiro a partir para cima do ex-prefeito foi Indio da Costa, que afirmou ter encontrado a previdência da capital “quebrada”. Indio ainda citou delações premiadas onde o candidato do DEM foi citado. Eduardo Paes negou as acusações. “Entendo seu desespero. Perdeu quase todo tempo de propaganda por dizer que eu sou ficha suja, o que eu não sou”.
Na sequência, Tiburi escolheu Paes para falar sobre combate à corrupção e lembrou sobre o episódio dos guardanapos, quando políticos, entre eles o ex-governador Sérgio Cabral, e empresários foram fotografados com guardanapos na cabeça em um restaurante de luxo em Paris. “Estou com saudade do Anthony Garotinho (PRP) para falar sobre a ‘gangue dos guardanapos’, da qual você fazia parte, estava lá junto com o Cabral”.
Em seguida, o ex-prefeito respondeu: “Sua saudade do Garotinho mostra como você gosta de um presidiário”, disse Paes, em referência também ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), preso em Curitiba, condenado por corrupção no caso do triplex do Guarujá, em São Paulo. Na tréplica, Tiburi chamou o adversário de “grosseiro”. “Muita gente que é presidiária é inocente. Você fala de presidiário, mas cuidado que isso pode acontecer na sua vida a qualquer momento”.
Conhecido pelo tom mais incisivo que o levou a ser mais conhecido do eleitorado fluminense justamente após o debate na Globo em 2014, Tarcísio Motta (Psol) se tornou coadjuvante em um cenário de diversas trocas de acusações na reta final. A principal delas aconteceu novamente entre Indio e Romário, que tiveram vários direitos de respostas concedidos por conta de ofensas pessoais.
Demonstrando nervosismo, o senador do Podemos protagonizou risadas do público ao se perder no raciocínio durante respostas, mas também, a exemplo dos tempos de jogador, mostrou ter a língua afiada ao chamar Witzel de “frouxo”, a exemplo do último debate na Record TV. O ex-juiz federal pediu direito de resposta e afirmou que sua atuação no magistério sempre foi honrada.
O encontro também ficou marcado pelas tabelinhas entre Paes e Pedro Fernandes (PDT), que se repetiram mais de cinco vezes e arrancaram risadas da plateia.
Ao final, Eduardo Paes pediu direito de resposta sobre as considerações finais de Indio para dizer que o candidato do PSD não será secretário na sua gestão e foi acompanhado por Tarcísio. “Pela primeira vez, vou concordar com o Eduardo”. 

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