MP abre inquérito para investigar Alckmin por improbidade administrativa
20/04/2018 14:08 - Atualizado em 20/04/2018 17:12
Ex-governador de São Paulo, Alckmin escapou da Lava Jato e foi para a Eleitoral
Ex-governador de São Paulo, Alckmin escapou da Lava Jato e foi para a Eleitoral / Divulgação
O Ministério Público de São Paulo abriu, no início da tarde desta sexta-feira (20), um inquérito civil para investigar o ex-governador Geraldo Alckmin (PSDB).
O inquérito apura eventual prática de atos de improbidade administrativa, notícia de pagamento pelo grupo Norberto Odebrecht de vantagem indevida ao ex-governador Geraldo Alckmin, com a participação de Adhemar César Ribeiro e de Marcos Monteiro a título de caixa 2, sem regular declaração à Justiça Eleitoral de R$ 2 milhões para a campanha de 2010 e R$ 8,3 milhões para a campanha de 2014.
Alckmin foi citado por três delações da Lava Jato por ter supostamente recebido R$ 10 milhões. A portaria do inquérito foi assinada pelos promotores Otávio Ferreira Garcia, Nelson Luis Sampaio de Andrade e Marcelo Milani.
O G1 entrou em contato com a assessoria de Alckmin e do PSDB e aguarda retorno.
Delações
O nome de Geraldo Alckmin apareceu nas delações premiadas de três executivos da construtora Odebrecht. Benedicto Júnior, acusado de fazer parte do departamento de operações estruturadas da empresa, o chamado departamento da propina, disse que, no total, foram destinados R$ 10 milhões de caixa dois às campanhas de Alckmin em 2010 e 2014.
Arnaldo Cumplido era responsável na Odebrecht pelas obras do metrô e relatou que o repasse na campanha de 2014 de R$ 8 milhões tinha uma relação indireta com as obras da linha seis do metrô, a laranja. A Odebrecht fazia parte do consórcio que fez parceria com o governo do estado para realizar as obras.
Alckmin, como governador, tinha foro privilegiado e o caso foi para o Superior Tribunal de Justiça, em Brasília, no fim de 2017. No dia 6, Alckmin renunciou ao cargo para disputar as eleições presidenciais de outubro e perdeu o foro privilegiado.
Os procuradores da força-tarefa da Lava Jato em São Paulo pediram, então, à Procuradoria-Geral da República em Brasília para receber o inquérito. Mas a PGR indicou ao Superior Tribunal de Justiça que a suspeita era de crime eleitoral. Por isso, o STJ enviou para a Justiça Eleitoral em São Paulo.
Fonte: G1

ÚLTIMAS NOTÍCIAS