Virgílio terá que explicar "esquema" à PF
Arnaldo Neto 19/04/2018 22:35 - Atualizado em 20/04/2018 17:11
Thiago Virgílio
Thiago Virgílio / Foto: Antônio Leudo
Condenado em segunda instância na ação cível-eleitoral da Chequinho, o vereador afastado Thiago Virgílio (PTC) terá de prestar depoimento à Polícia Federal. Mas, desta vez, a investigação é sobre uma declaração dada por ele sobre colegas parlamentares, na tribuna da Câmara, sem citar nomes. Em um debate quente, em 28 de junho do ano passado, Virgílio afirmou ter “companheiro aqui que gastou no dia da eleição R$ 1 milhão para comprar votos” e completou: “Não entra não porque vai sobrar um pedacinho para cada esquema”. O depoimento de Thiago está marcado para o dia 12 de junho.
O caso foi levado ao Ministério Público Eleitoral (MPE) pelo empresário Nilo Gomes, na condição de presidente do Avante de Campos, e posteriormente foi instaurado um inquérito na PF. Para Nilo, o vereador tem que explicar e apresentar provas, se as tiver, como disse que tem. Ele também afirmou que se todos os vereadores teriam cometido algum tipo de irregularidade, Virgílio acabou se incluindo.
Durante a votação de moção de aplauso para um atleta, os debates ficaram quentes no Legislativo. Os discursos enveredaram para a política de esportes do governo Rafael Diniz (PPS). Hoje também condenada em segunda instância pela Chequinho, a vereadora afastada Linda Mara (PTC) reclamou de colegas que antes eram da bancada rosácea e agora apoiavam Rafael. Silvinho Martins (PRP), então, usou a tribuna para dizer que Linda Mara só estaria na Casa por ter “comprado votos com Cheque Cidadão”.
Thiago Virgílio disse que “não tem nenhum santo na Câmara”. Afirmou ainda que “tem gente nessa Casa que gastou mais de R$ 1 milhão no dia (da eleição) para comprar voto”. No dia seguinte, ele postou no Facebook o vídeo de seu discurso. Nos comentários da postagem, o vereador Genásio (PSC) convocou Virgílio a dar nomes: “A palavra tem poder, mas eu entendo que a palavra de um mentiroso não tem poder. (... ) Dê nomes e valores diretamente ao Ministério Público. Não faça o papelão que o covarde fez, falou e depois apagou as provas que nunca existiram”.
O vereador hoje afastado respondeu, chamando Genásio para discutir “na tribuna, no MP ou na rua”. E acrescentou: “Onde for melhor para você, estará bom para mim”, disse.

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